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Duas integrantes da Pussy Riot devem aparecer em show da Anistia Internacional nos EUA

21/01/2014 19h54

21 Jan (Reuters) - Duas integrantes da banda punk russa Pussy Riot, que ficaram presas por quase dois anos sob acusações de ódio religioso e se tornaram emblemas internacionais para os defensores dos direitos humanos, devem aparecer em um show em Nova York, disse nesta terça-feira a Anistia Internacional, organizadora do evento.

Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova vão fazer sua primeira viagem aos Estados Unidos desde que foram anistiadas em dezembro pelo presidente russo, Vladimir Putin, dois meses antes da data que seriam, de fato, liberadas.

Maria, de 25 anos, e Nadezhda, de 24, foram condenadas em 2012 por vandalismo motivado por ódio religioso depois de invadirem o altar da maior catedral de Moscou e suplicarem à Virgem Maria que livrasse a Rússia de Putin.

"Há um mês fomos libertadas dos campos de prisioneiros russos", disseram as duas em um comunicado conjunto.

"Nós nunca vamos esquecer como é estar na prisão por uma convicção política. Nós escolhemos continuar a ajudar aqueles que permanecem atrás das grades e nós temos a esperança de vê-los todos no concerto da Anistia Internacional em 5 de fevereiro, no Brooklyn!"

Não ficou claro se Maria e Nadezhda irão se apresentar no concerto "Trazendo os Direitos Humanos para Casa", que terá apresentações de bandas de rock como The Flaming Lips e Imagine Dragons e a cantora de rhythm and blues Lauryn Hill.

Maria e Nadezhda ridicularizaram sua libertação antecipada em dezembro como um golpe de propaganda de Putin para melhorar a imagem da Rússia perante os hóspedes dos Jogos Olímpicos de Inverno, que ocorrerão em fevereiro.

O presidente, que nega prender pessoas por razões políticas, afirmou que a anistia mostraria que o Estado russo é humano.

Nadezhda protagonizou uma greve de fome no ano passado para chamar a atenção para as duras condições e as longas horas de trabalho forçado na cadeia em que ficou presa.

Uma terceira integrante da banda, Yekaterina Samutsevich, foi liberada após um juiz suspender sua sentença em um recurso.

(Reportagem de Eric Kelsey)