Revolucionário Robespierre pode ter tido doença imunológica rara
Por Kate Kelland
LONDRES, 20 Dez (Reuters) - Ele tinha icterícia e marcas de varíola, sangrava e tinha movimentos espasmódicos.
Uma nova análise científica mostra que, ao ser guilhotinado em 1794, o revolucionário francês Maximilien de Robespierre provavelmente sofria de sarcoidose, uma doença imunológica que destrói os órgãos internos.
Após a reconstrução e exame da máscara mortuária do líder do "reino do terror", os legistas Philippe Charlier e Philippe Froesch apresentaram o diagnostico retrospectivo da doença, na qual o organismo começa a atacar seus próprios tecidos e órgãos.
"Vários sinais clínicos foram descritos por testemunhas contemporâneas (de Robespierre)", escreveram os cientistas na revista médica The Lancet.
Isso incluía problemas de visão, sangramentos nasais, icterícia, cansaço contínuo e úlceras recorrentes nas pernas.
"Ele também tinha permanentes espasmos nos olhos e boca", escreveram os cientistas, acrescentando que "os sintomas se agravaram entre 1790 e 1794". Robesiperre tinha 36 anos ao ser executado.
A máscara mortuária foi moldada logo depois da decapitação, e uma cópia foi mantida no Museu Granet, em Aix-en-Provence, no sul da França.
A sarcoidose causa pequenas áreas de inflamação nos tecidos, chamadas granulomas, e afeta mais comumente os pulmões, a pele e os nódulos linfáticos, mas também --em algumas formas da doença-- os olhos, o fígado e o pâncreas. Costuma ser acompanhada de cansaço e mal estar.
As causas da sarcoidose não são bem compreendidas, segundo os cientistas, mas em muitos pacientes a doença acaba sarando sozinha, sem tratamento.
Charlier e Froesch disseram que, embora haja outras explicações possíveis para alguns sintomas apresentados por Robespierre, como tuberculose ou hanseníase, eles não se encaixam exatamente na descrição dos sintomas e na evolução da doença.
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