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Premiê sugere que magnata e mulheres do Pussy Riot não terão anistia

06/12/2013 14h51

Por Steve Gutterman

MOSCOU, 6 Dez (Reuters) - O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, sugeriu nesta sexta-feira que Mikhail Khodorkovsky, antigo chefe da companhia de petróleo Yukos, não será solto com a anistia que o presidente do país, Vladimir Putin, está preparando, e um promotor afirmou que o magnata preso poderia sofrer novas acusações.

O líder do conselho de direitos humanos de Putin declarou nesta semana que Khodorkovsky e duas mulheres da banda punk Pussy Riot poderiam se beneficiar da anistia que marca o aniversário da adoção da Constituição pós-União Soviética russa.

No entanto, sem falar em nomes, Medvedev afirmou que a Rússia deve ser cuidadosa ao libertar pessoas condenadas por hooliganismo, caso das integrantes da Pussy Riot, e roubo, crime pelo qual o magnata foi acusado.

"Nosso povo não é muito inclinado a dar anistia a indivíduos envolvidos em crimes violentos, em crimes contra a sociedade, incluindo hooliganismo", declarou Medvedev numa entrevista na TV.

"As pessoas também não são muito inclinadas a dar anistia aos que cometeram graves crimes de Estado, como roubo", disse ele. "Então o presidente e o Parlamento devem ouvir a opinião pública."

Os simpatizantes de Khodorkovsky dizem que o ex-comandante da Yukos foi preso em 2003 por motivos políticos e para que o Estado pudesse controlar os bens da empresa.

Aos olhos dos críticos do Kremlin na Rússia e no exterior, a prisão de Khodorkovsky é uma das grandes manchas do período Putin, que foi eleito pela primeira vez presidente em 2000 e não descartou buscar um novo mandato em 2018.

A previsão é que o magnata seja libertado em agosto, mas muitos ativistas duvidam que ele será solto enquanto Putin estiver no poder. Autoridades continuam investigando as atividades do empresário, gerando especulações de que ele poderia sofrer novas acusações.

Alexander Zvyagintsev, vice-procuragor-geral, afirmou que casos envolvendo Khodorkovsky estão sendo investigados e que há boas perspectivas que eles sejam encaminhados aos tribunais, segundo a agência de notícias Interfax.

Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina, da banda Pussy Riot, foram condenadas a dois anos de prisão por causa de um protesto que enfureceu a Igreja Ortodoxa na principal catedral russa. Elas devem ser soltas em março.

Opositores de Putin consideram Khodorkovsky e as integrantes do Pussy Riot prisioneiros políticos. Putin e Medvedev negam.