Brasileiros Palatnik e Ohtake batem recordes pessoais em leilão de NY
A obra "Mulheres Alcançando a Lua", do artista mexicano Rufino Tamayo, saiu por 1,4 milhão de dólares e foi a peça mais cara no leilão de arte latino-americana realizado na terça-feira (19) em Nova York, numa noite de destaque também para a arte abstrata brasileira.
O leilão da Christie's arrecadou no total 14,5 milhões de dólares, com a venda de 85 por cento das obras expostas, revelando grande demanda por artistas modernos e contemporâneos, segundo Virgilio Barza, diretor de arte latino-americana da casa de leilões.
"A noite teve lances muito competitivos para artistas relativamente novos nos leilões", acrescentou ele.
Quatro artistas vivos alcançaram valores recordes para suas carreiras. Os brasileiros Abraham Palatnik (cujo "Sequência Visual S-51" saiu por US$ 785 mil, mais de cinco vezes o valor estimado) e Tomie Ohtake (que completa 100 anos na quinta e teve uma obra sem título vendida por US$ 81,2 mil), o venezuelano Mateo Manaure e o colombiano Miguel Angel Rojas, bem como para o mexicano Rodolfo Nieto, morto em 1985.
Como se esperava, "Mulheres Alcançando a Lua", que mostra duas figuras femininas esticando-se na direção do luar, foi a obra mais disputada.
"É uma imagem de esperança e humanidade num período em que a maioria do mundo estava se reconstruindo da guerra", disse Garza em entrevista, referindo-se à obra pintada em 1946 por Tamayo, que morreu em 1991.
Outra pintura de Tamayo, "Duas Mulheres em Vermelho", de 1978, dominada por cores quentes, foi vendida por 665 mil dólares.
Entre as obras brasileiras vendidas no leilão também estavam trabalhos de Beatriz Milhazes (que alcançou o valor mais alto entre os brasileiros, com US$ 1,03 milhão por "O Casamento"), Volpi, Di Cavalcanti, Djanira, Vik Muniz, Burle Marx e Leda Catunda, entre outros.
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