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ENTREVISTA-Integrante do Pussy Riot pede boicote de Olimpíadas de Sochi

14/11/2013 19h51

Por Anastasia Gorelova e Ian Bateson

MOSCOU, 14 Nov (Reuters) - Uma integrante da banda punk Pussy Riot pediu o boicote às Olimpíadas de Inverno de 2014 em Sochi para se opor ao que ela chamou de uma campanha de "fechar o cerco" contra os oponentes do presidente russo, Vladimir Putin.

Yekaterina Samutsevich, libertada depois de cumprir vários meses de uma pena de prisão de dois anos por causa de um protesto contra Putin em uma igreja russa ortodoxa, comparou a situação com a da véspera das Olimpíadas de Moscou de 1980, boicotada por dezenas de países.

"Um evento que deveria ser puramente sobre esporte está se tornando altamente politizado e abundante de conflito. Nossas autoridades são culpadas disso", disse Samutsevich à Reuters TV.

"(Um boicote) tem que acontecer porque as últimas políticas foram longe demais", ela disse, referindo-se às leis que os críticos de Putin enxergam como repressivas e aos casos criminosos contra opositores que ela declarou serem falsos.

"Eles estão obviamente fechando o cerco", ela disse. "Acho que muita gente vai boicotar (os Jogos)".

Putin apostou muito prestígio político pessoal ao sediar um bem-sucedido evento em fevereiro em Sochi, um resort no Mar Negro, mas enfrenta críticas internacionais por causa de uma lei que proíbe a disseminação de "propaganda gay" entre menores.

Apesar da indignação sobre a lei no exterior, nenhum país disse que vai boicotar as Olimpíadas, nas quais a Rússia deve gastar mais de 50 bilhões de dólares.