Vencedora do Man Brooker mergulhou na corrida do ouro da Nova Zelândia
Eleanor Catton, de 28 anos, é a autora mais jovem e seu livro, "The Luminaries", de mais de 800 páginas, o romance mais longo a ganhar o prêmio literário Man Booker. Mas idade e tamanho não deveriam ser critérios para julgar uma obra de ficção, diz ela.
"Não vejo por que a idade deveria ser uma barreira, do mesmo modo como não vejo como a etnia deva ser uma barreira", disse à Reuters a escritora neozelandesa, depois de ter vencido, surpreendentemente, na terça-feira à noite.
Um dos mais prestigiados prêmios literários do mundo, o Man Booker não só concede 50 mil libras (79,8 mil dólares) em dinheiro ao vencedor, mas também pode ajudar a transformar uma obra literária em um best-seller.
Eleanor contesta a noção de que seu livro, cuja história transcorre em 832 páginas de texto, mais algumas extras de material explicativo, poderia afastar potenciais leitores.
"Um bom livro é um livro que merece ter seu tamanho", disse ela. "Isso poderia ser verdade para um livro pequeno ou poderia ser verdade para um livro extenso - o comprimento é o navio que contém a história, e é o navio certo."
Visto dessa maneira, seu segundo romance é um superpetroleiro.
Situado no período da corrida do ouro no oeste da Nova Zelândia, no século 19, o livro tem uma extensa trama e um conjunto de personagens que inclui um capitão de escuna chantagista, assassinato, uma prostituta com coração de ouro, o amante dela (seu "gêmeo astral"), contrabando de ópio e ouro, um grupo secreto de empresários tentando chegar ao âmago dos acontecimentos na repentinamente próspera cidade de Hokitika, trabalhadores chineses explorados e um carcereiro sádico.
Cada capítulo começa com três ou quatro linhas que parecem indicar qual vai ser o enredo, mas isso nunca acontece. A obra às vezes parece se encaminhar para ser um livro de mistério e, em outras, se assemelha à visão que um viajante tem de uma civilização desaparecida.
"Eu sempre quis escrever uma história que se passasse durante os anos da corrida do ouro, só porque foi um período da história da Nova Zelândia que realmente sempre me fascinou", disse Eleanor.
"Foi uma boa parte da minha infância. Eu sempre ia passar as férias na costa oeste e, lá, você não pode evitar se deparar com todas essas velhas dragas enferrujadas, minas e todo o tipo de coisas. Todas as relíquias da corrida do ouro ainda estão lá, tranquilamente se desintegrando ou decompondo, então, isso esteve na minha mente por um tempo de fato muito longo."
Gêmeos astrais
O livro também traz cartas celestes que aparecem de tempos em tempos entre capítulos, uma indicação de outra importante inspiração para Eleanor: a astrologia.
Eleanor diz que, no curso do que chamou de "pesquisa à toa", tropeçou em uma história que a fascinou, sobre um dos reis britânicos do início do século 20 - ela não se lembra se era Edward 7º ou Edward 8º - que supostamente nasceu exatamente no mesmo dia e hora e quase no mesmo lugar do filho de um ferreiro.
Dizia-se que o rei e o filho do ferreiro eram "gêmeos astrais", cujas vidas seguiram padrões semelhantes, embora em contextos sociais totalmente diferentes, algo que Eleanor diz, com uma risada, que "provavelmente não é verdade".
Mas isso inspirou seus personagens mais cativantes, a prostituta Anna Wetherell, que é encontrada à beira da morte pelo que se pensava ser uma tentativa de suicídio por envenenamento com ópio, e Emery Staines, um arrojado jovem explorador de ouro que também está sofrendo, mas por uma misteriosa ferida quase fatal, causada por um tiro.
Catton nunca foi publicada no Brasil, mas "The Luminaries" chegará às livrarias em 2014, pela Globo Livros
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