Indiana famosa pelo relato de sua fuga do Taliban é morta no Afeganistão
KHOST, Afeganistão, 6 Set (Reuters) - Uma autora indiana cuja história foi contada no filme "Escape from Taliban" (fuga do Taliban) foi morta a tiros depois de voltar ao Afeganistão para fazer um documentário sobre mulheres, informou a polícia local nesta na sexta-feira.
O assassinato de Sushmita Banerjee, 49, na quarta-feira foi o último de uma série de ataques contra as mulheres nesse país conservador islâmico, o que aumentou os temores de que os direitos femininos duramente conquistados estão sendo erodidos, a apenas poucos meses para a retirada da maioria das forças internacionais do país, no ano que vem.
O Taliban afegão negou envolvimento no atentado.
Banerjee, que contou sua história de vida sob o regime do Taliban, em "A Kabuliwala's Bengali Wife" (a esposa bengali de um Kabuliwala) foi arrancada de sua casa na anárquica província de Paktika, no sudeste afegão, e morta com mais de 20 tiros, segundo a polícia.
O chefe da polícia de Paktika, Dawlat Khan Zadran, informou que o corpo foi encontrado na quinta-feira de manhã perto de uma escola islâmica a cerca de três quilômetros da casa dela.
"Homens armados entraram na casa às 23 horas na quarta-feira, levaram-na para fora e a mataram a tiros", afirmou Zadran, acrescentando suspeitar de envolvimento do Taliban.
Falando à Reuters na sede da polícia em Paktika, o marido de Banerjee, Jaanbaz Khan, disse ter ouvido batidas na porta de trás da residência na quarta-feira à noite.
"Abri a porta e dois homens com turbantes enrolados em seus rostos entraram de modo abrupto", contou. "Eles me bateram, me vedaram, amarraram minhas mãos e pés e me trancaram em uma sala. Levaram minha esposa. Fui solto na manhã seguinte, quando parentes vieram à minha casa e me encontraram."
Ao contrário de alguns relatos da mídia, Khan disse que sua esposa não tinha recebido nenhuma ameaça do Taliban desde que voltou ao Afeganistão este ano.
Um porta-voz do Taliban, Zabihullah Mujahid, negou envolvimento do grupo. O Taliban mantém atividades de insurgência contra as forças militares estrangeiras, lideradas pelos EUA, desde a sua derrubada do poder em 2001.
Durante seu governo, de 1996-2001, o Taliban proibiu as mulheres de irem à escola, votar e trabalhar. Elas não eram autorizadas a sair de suas casas sem permissão e um acompanhante masculino.
Banerjee, de Calcutá, se mudou para o Afeganistão em 1989, após se casar com Khan, um empresário afegão. Ela se converteu ao islamismo e mudou seu nome para Sayed Kamala.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.