Cabeças de bronze de animais roubadas há mais de 153 anos voltam à China
Por Terril Yue Jones
PEQUIM, 28 Jun (Reuters) - A família de um bilionário francês e colecionador de arte amenizou uma ferida histórica na sexta-feira ao devolver duas cabeças de animais de bronze, que estavam entre os tesouros chineses saqueados de um palácio de Pequim por tropas francesas e britânicas há mais de um século e meio.
As esculturas, de um coelho e de um rato, estão entre as 12 cabeças de animais representando o zodíaco chinês que foram saqueadas do Antigo Palácio de Verão de Pequim em 1860 por tropas anglo-francesas durante a Segunda Guerra do Ópio.
O mistério do paradeiro das cabeças e os amplos esforços das autoridades chinesas de recuperá-las criaram uma mística ao redor dos artefatos.
"Ao devolver essas duas maravilhas para a China, minha família é leal a seu compromisso de preservar a herança nacional e a criação artística", disse François-Henri Pinault, executivo-chefe do grupo varejista de luxo Kering, em uma cerimônia no Museu Nacional da China, junto à Praça da Paz Celestial.
O pai de Pinault, François Pinault, e o vice-premiê chinês Liu Yandong, puxaram as coberturas de seda vermelha sobre os pequenos bustos para exibi-los aos repórteres.
As cabeças de animais faziam parte de uma fonte no Antigo Palácio de Verão, conhecido como Yuanmingyuan em chinês. Hoje o local é um amplo parque, com as ruínas de prédios mantidas no lugar como lembrança de como a China foi saqueada pela Grã-Bretanha, França e outras potências estrangeiras.
Até agora, sete das cabeças de animais chinesas foram encontradas e estão agora em museus em Pequim.
"Esse gesto é uma expressão de profunda amizade com o povo chinês", disse o vice-ministro chinês da Cultura, Li Xiaojie.
A família Pinault comprou as cabeças de um colecionador particular, que as adquiriu em um leilão por 14,9 milhões de euros (18,3 milhões de dólares) cada, disse o jornal People's Daily nesta semana.
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