Topo

Astro do balé diz que está sendo expulso do Bolshoi

14.fev.2013 - O bailarino do balé Bolshoi Nikolai Tsiskaridze descansa durante um ensaio; ele foi despedido após conflitos com os diretores - AP Photo/Alexander Zemlianichenko
14.fev.2013 - O bailarino do balé Bolshoi Nikolai Tsiskaridze descansa durante um ensaio; ele foi despedido após conflitos com os diretores Imagem: AP Photo/Alexander Zemlianichenko

Gabriela Baczynska

09/06/2013 14h35

Um importante dançarino de balé do Teatro Bolshoi, da Rússia, diz que está sendo expulso por causa de discussões com a administração após um ataque com ácido que quase cegou o diretor artístico do grupo e expôs rivalidades sobre papéis, poder e remuneração.

Nikolai Tsiskaridze, que recebeu a mensagem de que deve deixará o balé até o final do mês, tem estado em conflito com o administrador Anatoly Iksanov, mesmo antes do ataque de 17 de janeiro que surpreendeu os russos por sua brutalidade e deixou Sergei Filin com queimaduras graves no rosto e olhos.

Mas o relacionamento dos dois se estremeceu drasticamente após Iksanov sugerir que Tsiskaridze, de 39 anos, pode ter incitado o ataque, disse o dançarino, acrescentando que o administrador estava realizando uma caça às bruxas contra ele.

Tsiskaridze, que está desde 1992 no Bolshoi como bailarino principal e professor, negou que tivesse alguma coisa a ver com o ataque a Filin.

A porta-voz do Bolshoi, Katerina Novikova, disse neste domingo que Tsiskaridze foi informado que seu contrato não será renovado quando expirar em junho, mas ela se recusou a dar um motivo para a decisão.

O Bolshoi, talvez o mais conhecido símbolo cultural da Rússia, apresentou duas reprimendas contra Tsiskaridze por dar entrevistas não autorizadas após o ataque a Filin.

Tsiskaridze entrou com um recurso na Justiça, e um tribunal de Moscou anulou uma das reprimendas. Múltiplas reprimendas podem ser fundamento para uma demissão, segundo a legislação russa.

Um protegido de Tsiskaridze no Bolshoi, o solista Pavel Dmitrichenko, e dois supostos cúmplices foram acusados pelo ataque a Filin, e estão presos aguardando julgamento. Eles podem pegar até 12 anos de prisão se forem condenados. A data do julgamento ainda não foi definida.

Filin, que vem recebendo tratamento médico na Alemanha desde o ataque, prometeu retornar ao trabalho o mais rápido possível.