França considera "imposto cultural" sobre produtos de Apple e Google
PARIS, 13 Mai (Reuters) - O presidente francês, François Hollande, vai decidir até o fim de julho se a França vai aplicar novos impostos sobre gigantes do setor tecnológico como Apple e Google para financiar projetos culturais, uma manobra que pode alimentar uma imagem antiempresarial dias após uma disputa com o Yahoo!.
O governo socialista pediu para que o ex-presidente-executivo do Canal Plus Pierre Lescure descubra novas maneiras de financiar cultura durante uma época de desaceleração econômica, em linha com o argumento francês de "exceção cultural", segundo o qual esses projetos devem ser protegidos das forças do mercado.
Essas iniciativas, embora ainda estejam longe de se tornarem leis, podem piorar a tensão entre a França e gigantes do setor tecnológico após o ministro da Indústria, Arnaud Montebourg, bloquear uma tentativa do Yahoo! de adquirir uma fatia majoritária no site de hospedagem de vídeos Dailymotion.
A questão reacendeu um debate sobre intervenção estatal na economia, enfureceu a controladora francesa da empresa e expôs os desentendimentos entre Montebourg e o ministro das Finanças, Pierre Moscovici, que negou ter aprovado a decisão.
O relatório de Lescure disse que impostos sobre as vendas de smartphones e tablets --especificamente o iPhone e o iPad, da Apple, e produtos Android, do Google-- poderiam ajudar a financiar a cultura porque consumidores estavam gastando mais dinheiro com hardware do que com conteúdo.
O imposto proposto espelharia tarifas já pagas por usuários de televisão, provedores de TV e rádio e provedores de serviços de internet para financiar arte, cinema e música na França, mas que Google, Apple e Amazon não precisam pagar.
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