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No livro "Solo", James Bond atua em missão não autorizada durante a Guerra Fria

William Boyd em premiação literária em Londres - AFP
William Boyd em premiação literária em Londres Imagem: AFP

Shadia Nasralla

Em Londres, na Inglaterra

15/04/2013 12h37

O romance mais recente de James Bond será intitulado "Solo" e trará o espião mais famoso do mundo ficcional em uma missão não autorizada, no auge da Guerra Fria, disse o autor do livro nesta segunda-feira.

O enredo do livro centra-se na África, mas se estende à Europa e aos Estados Unidos, enquanto revela uma versão realista de Bond, de 45 anos, baseada na riqueza de detalhes biográficos retirados dos romances originais de Ian Fleming, disse o autor britânico William Boyd.

"Eventos conspiram para fazer Bond sair em uma missão autodesignada, sem aviso prévio e sem qualquer autorização. E ele está totalmente preparado para assumir as consequências de sua audácia", afirmou Boyd.

"Ele sai em uma missão real para países reais e o mundo em que ele está é totalmente 1969. Não há truques, é uma história de espionagem real... há uma razão muito precisa porque eu escolhi esse ano", acrescentou Boyd, negando-se a fazer mais comentários.

"Solo" será publicado na Grã-Bretanha em 26 de setembro pela Jonathan Cape – a editora original de Fleming – e estará disponível pela HarperCollins, subsidiária da News Corp, nos Estados Unidos e Canadá a partir de 8 de outubro.

Embora sublinhando a influência duradoura do trabalho de Fleming, Boyd descreveu "Solo" como um de seus livros que acontece de ter Bond como personagem.

A versão cinematográfica do espião continua a ser um sucesso de bilheteria, com "Skyfall" tornando-se o primeiro filme oficial de Bond a arrecadar 1 bilhão de dólares em ingressos após seu lançamento no ano passado.

Boyd deve agradar os fãs dos romances originais, não apenas porque ele já tem dois romances de espionagem em seu nome, mas também porque ele pesquisou Bond e seu criador meticulosamente.

"Bond não é apenas um super-herói. Ele tem defeitos, ele tem fraquezas, ele comete erros.... Isso foi a genialidade de Fleming", disse Boyd na Feira do Livro de Londres.

Bond não é apenas um super-herói. Ele tem defeitos, ele tem fraquezas, ele comete erros.... Isso foi a genialidade de Fleming. Eu estou interessado no homem, no ser humano.

William Boyd, um dos autores convocados para continuar a história de James Bond após a morte de Ian Flemming, seu criador

"Eu estou interessado no homem, no ser humano... eu tive que inventar um vilão e diversos antagonistas. Tive que criar duas mulheres muito interessantes para ele (Bond) conhecer e ter um relacionamento. Tive que povoar o mundo com criaturas da minha imaginação, não apenas as que Fleming tinha."

Fleming escreveu seu primeiro romance de Bond, "Casino Royale", 60 anos atrás, em 1953, e escreveu mais 13 antes de morrer 11 anos depois, aos 56 anos.

Mas, para manter a marca literária de James Bond viva, o responsável por seu patrimônio convidou vários autores para continuar a história de Bond. O catálogo Bond é um dos mais apreciados no mercado editorial, com vendas globais de mais de 100 milhões de cópias.

Mais recentemente, o escritor de suspenses norte-americano Jeffery Deaver escreveu "Carte Blanche" em 2011, e o romancista Sebastian Faulks escreveu "Devil May Care" para marcar o aniversário de 100 anos de Fleming em 2008.

Boyd ganhou aclamação por escrever páginas com enredos complexos, muitas vezes passados em ambientes históricos únicos, desde a África Oriental da era da Primeira Guerra Mundial até a Los Angeles de 1936.

Quando lhe pediram para continuar a série de romances de Bond em 2011, Boyd disse que imediatamente aproveitou a oportunidade.

"É bastante divertido, mas você tem que levar muito, muito a sério."