Yoko, de 80 anos, vê renovação do ativismo no mundo
Meia vida atrás, a artista Yoko Ono estava deitada em um hotel de Amsterdã com seu marido, John Lennon, num "bed-in" de uma semana pela paz e se sentindo ambos muito solitários em seu ativismo.
Hoje Yoko, sem nunca ter se cansado de abraçar causas, vê um mundo cheio de ativistas, mantendo sua energia e sua fé na humanidade.
"Quando John e eu fizemos o bed-in, não havia muita gente conosco. Mas agora há muitos ativistas, não conheço ninguém que não seja um ativista", disse ela à Reuters em Berlim nesta segunda-feira, quando completou 80 anos.
"Até as corporações - John sempre costumava dizer que as corporações precisam estar conosco... As corporações agora dizem que 10 a 20 por cento dos seus lucros vão para tal e tal entidade beneficente."
O "bed-in" - um protesto/performance em que Yoko e o falecido Beatle permaneciam deitados numa cama - aconteceu no final de 1969, em protesto contra a guerra do Vietnã, e se repetiria em Montreal, no Canadá. A imprensa deu grande atenção, mas havia uma grande dose de brincadeira.
No domingo, Yoko fez um show lotado em Berlim com o filho Sean Lennon, encerrado com o hino pacifista "Give Peace a Chance". Ela disse ser crucial defender a paz, apesar dos tantos conflitos surgidos desde que Lennon compôs a canção. "Não quero me afogar em tristeza. Acho que precisamos nos levantar e mudar o mundo", disse ela.
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