Ator Gérard Depardieu nega que esteja deixando França por causa de impostos

PARIS, 7 Jan (Reuters) - O ator Gérard Depardieu negou nesta segunda-feira que estivesse deixando a França por causa do aumento de impostos, alegando que, embora em posse de um passaporte russo, ele ainda era muito francês.

Em entrevista ao canal esportivo L'Equipe 21, a primeira desde que a polêmica sobre sua decisão de comprar uma casa na Bélgica surgiu em dezembro, Depardieu disse que se quisesse deixar o país para evitar aumentos de impostos, ele teria feito antes.

"Tenho um passaporte russo, mas continuo francês e provavelmente terei dupla nacionalidade belga. Mas se quisesse escapar do fisco, como diz a mídia francesa, eu teria feito isso há muito tempo", disse.

Depardieu concedeu a entrevista em Zurique, na Suíça, durante uma cerimônia esportiva, após ter recebido um novo passaporte russo no domingo do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O ator de 63 anos de "Cyrano de Bergerac" e "Green Card - Passaporte para o Amor" tem sido acusado por líderes do governo francês de tentar se esquivar de uma nova taxa de imposto para milionários.

Mas numa carta no mês passado ao primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, que chamou o ator de "patético", Depardieu disse que estava deixando o país porque agora o sucesso estava sendo punido na França.

A proposta original do presidente francês, François Hollande, de tributar em 75 por cento quem ganha mais de 1 milhão de euros ao ano foi derrubada pela Corte Constitucional da França.

Enquanto ele disse que irá continuar pressionando em impor impostos aos ricos, ainda não está claro se o texto reformulado será tão severo aos mais ricos.

(Reportagem de John Irish)

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