Acervo de museu judaico pode conter obras roubadas por nazistas
O Museu Judaico de Viena mantém centenas de livros e obras de arte que podem ter sido roubadas pelos nazistas, informou um jornal neste sábado.
Um programa de triagem, iniciado em 2007, anos depois de outros museus austríacos começarem a vasculhar suas coleções em busca de obras retiradas de seus legítimos proprietários, concluiu que cerca de 500 obras de arte e 900 livros são de origem duvidosa, segundo o jornal Der Standard.
Foram citadas em especial pinturas de Jehudo Epstein, que, enquanto estava no exterior em 1936 deixou 172 obras sob custódia do industrial Bernhard Altmann.
Altmann fugiu do país em 1938, quando a Alemanha nazista anexou a Áustria, e sua fábrica foi "arianizada", disse o jornal.
De acordo com o Der Standard, a viúva de Epstein, que morreu na África do Sul, em 1945, tentou em vão rastrear as pinturas após 1947, algumas das quais foram posteriormente vendidas em leilões de rotina na Áustria.
Várias são agora parte da coleção do Museu Judaico, disse o jornal, citando informações obtidas do museu depois de muitos pedidos.
O jornal cita Danielle Spera, que se tornou diretora em 2010, afirmando que apesar de limitações financeiras o museu contratou pela primeira vez, em dezembro de 2011, um pesquisador em tempo parcial para verificar a procedência de suas obras de arte.
"Tudo o que foi adquirido ilegalmente deve ser devolvido. Não haverá nenhuma hesitação quanto a isso", declarou Danielle ao jornal.
O Der Standard afirmou que os líderes da comunidade judaica da Áustria, cujas coleções estão em empréstimo permanente ao museu municipal, aprovaram em votação em outubro a devolução da pintura que Epstein chamou de Italienische Landschaft (paisagem italiana) e um trabalho localizado em um outro museu aos herdeiros do pintor, que agora vivem na Inglaterra.
O Museu Judaico pemanece fechado aos sábados e ninguém pôe ser encontrado para comentar o assunto.
A instituição contém ainda a própria coleção da comunidade judaica, legada em 1992, uma coleção de Max Berger comprada pela cidade em 1988, a coleção Sussmann, emprestada desde 1992, e doações de uma coleção de Martin Schlaff, entre outras obras.
Outros museus austríacos já tiveram de lidar com a questão da devolução aos legítimos proprietários de obras de arte saqueadas.
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