Carta em que Napoleão promete "explodir o Kremlin" vai a leilão

Uma rara carta em que Napoleão Bonaparte promete "explodir o Kremlin" irá a leilão no domingo (2) em Paris, na França, fornecendo revelações sobre a malfadada campanha russa do imperador francês. Escrita em código e datada de 20 de outubro de 1812, ela consta de uma série de cifras e é apressadamente assinada por "Nap".
A transcrição original, traduzida por serviços secretos para o chanceler Hugues-Bernard Maret em Vilna, também vai a leilão, com sua endiabrada primeira frase: "Vou explodir o Kremlin em 22 de outubro, às 3 em ponto da manhã."
O documento faz parte de um lote de mais de 400 objetos napoleônicos postos à venda, com um preço estimado em 10 mil a 15 mil euros, segundo a casa de leilões Osenat. "É mágico, temos realmente um pedaço da história em nossas mãos ... Eu não perderia isso nem por um império", disse o diretor da casa de leilões, Jean-Pierre Osenat.
A carta foi escrita num momento difícil para Napoleão, já no fim de sua campanha russa de 1812, na qual mais de 300 mil soldados franceses morreram. A batalha nos arredores de Moscou, em setembro daquele ano, é considerada um dos dias mais sangrentos das Guerras Napoleônicas, com pelo menos 70 mil baixas.
Quando Napoleão finalmente entrou em Moscou, o tsar russo já havia saído. Foi então que ele começou a desastrosa grande retirada de Moscou, ordenando que o Duque de Treviso destruísse o Kremlin. Várias das torres do edifício foram destruídas junto a partes de seu muro. O local foi restaurado nos anos seguintes.
"Minha cavalaria está em frangalhos, um monte de cavalos está morrendo. Certifique-se de que compraremos mais assim que possível", Napoleão escreveu a Maret, dando uma visão sobre os horrores da campanha.
Dado o seu conteúdo explosivo e o fato de que tão poucas cartas do tipo sobrevivem, Osenat espera que a carta provoque um grande interesse. Enquanto muitos colecionadores russos ainda celebram as proezas militares de Napoleão, eles têm dificuldade de perdoar o que veem como um ato de vandalismo.
Mas ele considera que é possível que um comprador russo possa arrematá-la se um colecionador francês ou um museu não chegarem primeiro. Duzentos anos depois, a peça histórica de papel pode acabar voltando para o lugar de onde veio.
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