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Escritor Philip Roth anuncia o fim da sua carreira literária: "pra mim já chega"

O escritor norte-americano Philip Roth em Nova York (15/09/2010) - Eric Thayer / Reuters
O escritor norte-americano Philip Roth em Nova York (15/09/2010) Imagem: Eric Thayer / Reuters

Eric Kelsey

09/11/2012 19h54

O inspirador romancista norte-americano Philip Roth, um dos mais reverenciados autores mundiais, está se aposentando da carreira literária, disse sua editora, a Houghton Mifflin, na sexta (9). Autor de "Pastoral Americana" já havia manifestado essa intenção numa entrevista concedida no mês passado à revista francesa "Les Inrocks". 

"Para lhe dizer a verdade, para mim já chega", disse Roth à revista. "Nemesis' (romance lançado em 2010) será meu último livro." "Ele me disse que é verdade", disse Lori Glazer, vice-presidente e diretora-executiva da Houghton Mifflin, na sexta-feira à Reuters.

Roth, de 79 anos, escreveu mais de 25 romances em uma carreira que durou mais de meio século. Nunca ganhou o prêmio Nobel, mas várias vezes seu nome foi citado como candidato.

Dediquei minha vida ao romance: estudei, lecionei, escrevi, li - em detrimento de quase todo o resto. Já chega! Não sinto mais esse fanatismo por escrever que experimentei a vida inteira. A ideia de tentar escrever de novo é impossível

Philip Roth

Ele ganhou o prêmio Pulitzer por seu romance "Pastoral Americana", de 1997, e foi agraciado com o Prêmio Nacional do Livro dos EUA em duas ocasiões (1960 e 95).

Outras obras de destaque incluem "Adeus, Columbus", que o lançou na carreira literária, em 1959, e o sexualmente explícito "O Complexo de Portnoy". Na entrevista à Les Inrocks, Roth disse que sempre achou difícil escrever, e que não quer mais saber de ler, escrever ou falar sobre livros.

Ele contou que, aos 74 anos, começou a reler seus romances favoritos de escritores como Ernest Hemingway, Ivan Turgenev e Fyodor Dostoyevsky, e então se pôs a reler toda a sua própria obra.

"Quis ver se eu havia perdido meu tempo escrevendo. Depois disso, decidi que para mim já estava bom de ficção", disse ele, segundo a revista.

"Dediquei minha vida ao romance: estudei, lecionei, escrevi, li - em detrimento de quase todo o resto. Já chega! Não sinto mais esse fanatismo por escrever que experimentei a vida inteira. A ideia de tentar escrever de novo é impossível."