Ser ou não ser digital? Shakespeare embarca no mundo dos tablets
As peças de William Shakespeare estão recebendo uma remodelagem ao estilo do século 21, na forma de novos aplicativos para tablets e smartphones, quase 500 anos depois que o Bardo escreveu no pergaminho.
Peças como "Romeu e Julieta" e "Macbeth" ganham nova vida em aplicativos de iPad lançados pela Cambridge University Press, que une os textos com performances de áudio, comentários e outros conteúdos interativos, transformando as obras clássicas para a era digital.
Os aplicativos são parte de uma nova série chamada "Explore Shakespeare", que foi introduzida pela editora britânica para expandir o alcance do dramaturgo aos leitores casuais.
"Muitas pessoas têm uma cópia de Shakespeare em sua estante de livros que nunca chegou a ler, porque têm essa idéia de que Shakespeare é difícil ou tem que ser estudado para ser apreciado", disse John Pettigrew, produtor executivo da série.
Pettigrew acredita que as peças são feitas para serem apreciadas e são acessíveis desde que os leitores tenham o contexto para superar a linguagem desatualizada ou poética.
Detalhe do retrato do dramaturgo William Shakespeare visto em Londres
Embora o foco principal do aplicativo seja o próprio texto, os leitores podem consultar glossários, notas, fotos e sinopses em qualquer ponto do roteiro.
"Tudo ali é projetado para mantê-lo na peça e para colocá-lo na mente do ator, diretor ou escritor", explicou ele.
Para entender a linguagem menos comum, os leitores podem tocar em palavras e frases para se aprofundar em seu significado.
Os aplicativos também incluem performances completas de áudio feitas por estrelas como Kate Beckinsale e Martin Sheen. Outros recursos ajudam os leitores a visualizar as relações entre atores em cena, entender como Shakespeare entrelaça temas durante toda a peça, e analisar o texto de forma mais completa.
"Você pode se aprofundar na língua ou temas ou na interpretação, mas a nossa primeira tarefa é mostrar que é apenas uma boa história", disse Pettigrew.
Embora o aplicativo tenha sido projetado com o consumidor em mente, Pettigrew acredita que poderá também desempenhar um papel na educação, com os alunos abraçando o aplicativo ao invés do texto impresso.
"Para um estudante de 13 anos, a linguagem de Shakespeare pode ser uma barreira e ter algo ali na página é realmente útil", disse ele.
De acordo com Pettigrew, a editora escolheu desenvolvê-lo para o iPad porque é a plataforma tablet dominante nas escolas, mas ele disse que está considerando aplicativos Android e Windows 8 no futuro.
Outros quatro aplicativos, incluindo "Noite de Reis", "Sonho de Uma Noite de Verão", "Hamlet" e "Otelo" devem ser lançados nos próximos meses. Eles estão disponíveis mundialmente por 13,99 dólares cada.
Pettigrew explicou que o aplicativo teve a exatidão checada por especialistas e inclui material auxiliar, com intuito de aumentar o texto original. "Para usar uma frase de Shakespeare, 'a peça é a coisa'."
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