Novos compradores podem impulsionar mercado de arte de Londres

Por Mike Collett-White

LONDRES, 18 Jun (Reuters) - O mercado de arte londrino está atraindo a maior parte dos negócios de uma classe emergente de colecionadores super-ricos da Rússia, Oriente Médio e China, e eles poderão ser um grande fator em uma temporada de verão de vendas avaliadas em até 1 bilhão de dólares.

A Christie's, a Sotheby's e rivais menores como a Phillips de Pury, realizarão uma série de três semanas de leilões apresentando obras de artistas tão diversos quanto Rembrandt, Renoir e Gerhard Richter.

A turbulência na zona do euro e a desaceleração do crescimento econômico chinês estão deixando os investidores nervosos, mas o mercado de arte de luxo tem desafiado a gravidade em nível recorde.

Nova York tem sido considerada a capital mundial do mundo de leilões -os recordes mais recentes foram registrados lá, incluindo os 120 milhões de dólares pagos pela obra "O Grito" de Edvard Munch, vendida na Sotheby's em maio.

Londres, um local mais natural para magnatas russos que têm casas na cidade e para os compradores do Oriente Médio que estão a apenas um voo curto de distância, pode estar diminuindo essa vantagem norte-americana.

A Sotheby's calculou que, enquanto o número de lotes vendidos a compradores de "novos" mercados aumentou em ambas as cidades até agora este ano, o aumento foi muito maior em Londres (33 por cento) do que Nova York (6 por cento).

"Particularmente os russos se sentem muito confortáveis em dar lances nos leilões de Londres porque muitos deles têm segundas residências e são muito ativos aqui", disse Helena Newman, presidente do departamento de arte impressionista e moderna da Sotheby's na Europa.

"Eu acho que por causa da nossa situação geográfica, somos a porta de entrada para o Oriente... da Ásia Central, Oriente Médio e do Leste", afirmou ela à Reuters na sede da empresa em Londres, onde muitas estrelas das próximas vendas estavam em exposição.

"Nós definitivamente vemos isso nas vendas dos últimos anos. É uma tendência crescente."

Além de exigir direitos, os leiloeiros não estão muito preocupados com quem compra o quê e onde. Lotes importantes para venda em Londres vêm dos Estados Unidos, por exemplo, e o mercado no geral tornou-se mais globalizado.

Um dos lotes importantes da temporada é "The Lock", do artista inglês John Constable, a ser oferecido pela Christie's por 20 a 25 milhões de libras (30 a 40 milhões de dólares) e o único de uma série de seis pinturas importantes do pintor a ficar em mãos privadas.

Ele vai ser leiloado em 3 de julho e deve superar os 10,8 milhões de libras obtidos quando foi vendido em 1990 -um recorde da pintura britânica que a obra deteve por 16 anos.

Na mesma noite, "A Man in a Gorget and Cap" de Rembrandt deverá ser arrematado por 8 a 12 milhões de libras.

Na quarta-feira, um nu de Renoir deve obter de 12 a 18 milhões de libras e na semana seguinte o mesmo leiloeiro oferece "Le Rose du Bleu" de Yves Klein, estimado em 17 a 20 milhões de libras, e "Estudo para Auto-Retrato", de Francis Bacon, de 1964, por 15 a 20 milhões.

A Christie's, a maior casa de leilões do mundo, espera arrecadar pelo menos 310 milhões de libras com suas vendas de arte impressionista, moderna e contemporânea.

Na Sotheby's, a melhor obra da temporada poderá ser "Peinture (Etoile Bleue)", de Joan Miro, no valor de 15 a 20 milhões de libras e perto do recorde do artista este ano de 16,8 milhões.

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