Topo

Christie's expõe Rembrandt e obras avaliadas em 470 milhões de dólares

"Retrato de um Homem com as Mãos nos Quadris", de Rembrandt - EFE
"Retrato de um Homem com as Mãos nos Quadris", de Rembrandt Imagem: EFE

Mike Collett-White

Londres

12/06/2012 11h43

A casa de leilões Christie's vai expor publicamente em Londres nos próximos dias algumas das peças mais valiosas de uma série de vendas que fará até o mês que vem, e com as quais pretende arrecadar mais de 300 milhões de libras (cerca de 470 milhões de dólares).

Importantes obras do paisagista britânico John Constable, de gigantes do século 20 como Francis Bacon, Lucian Freud e Yves Klein e do mestre holandês do século 17, Rembrandt van Rijn, ficarão expostas de terça (12) a quinta-feira (14) desta semana na sede da empresa, na King's Street, em Londres. Embora curta, a exposição das peças de "qualidade museológica" deve contribuir com o interesse em torno dos futuros leilões.

"Tal iniciativa nos permite mostrar ao público obras de arte que raramente, se é que alguma vez, foram vistas em público", disse Jussi Pylkkanen, presidente da Christie's para Europa, Oriente Médio, Rússia e Índia. "Ao mostrar a grande arte junta, independentemente de idade ou categoria, a exposição também apresenta uma vitrine dos gostos para coleções e hábitos de muitos compradores no mercado atual", acrescentou.

A arquirrival Sotheby's e outras casas menores também estão programando leilões de arte para o final de junho e começo de julho. Com base nas recentes tendências do mercado, especialistas estimam que essas vendas possam se aproximar de 1 bilhão de dólares. Bastam alguns poucos colecionadores super-ricos para que os lances cheguem à casa dos oito ou nove dígitos. Em maio, por exemplo, a tela "O Grito", de Edward Munch, foi arrematada por 120 milhões de dólares num leilão da Sotheby's.

A alta dos preços e a procura por raridade e qualidade estimulam os proprietários de algumas grandes obras a venderam-nas, criando um "círculo virtuoso" que já dura três anos. Analistas alertam, porém, que a desaceleração econômica chinesa, a redução nas compras feitas por colecionadores do Oriente Médio e o clima de incerteza nas finanças globais podem afetar o setor. Ainda assim, a Christie's espera bater vários recordes nos seus leilões de junho e julho.

Entre as obras mais cobiçadas à venda está "The Lock", de Constable, a última de seis grandes telas do artista ainda em poder de particulares, e que pode alcançar 20 a 25 milhões de libras quando for a leilão em 3 de julho. A obra foi vendida pela última vez em 1990, por 10,8 milhões de libras, e pelos 16 anos seguintes se manteve como a pintura britânica mais cara da história.