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Nobel de Literatura, Pamuk inaugura "Museu da Inocência" em Istambul

Ayla Jean Yackley

Istambul

27/04/2012 19h33

O escritor turco e prêmio Nobel, Orhan Pamuk realiza no sábado um sonho há muito tempo cultivado com a abertura de um "Museu da Inocência" real, uma coleção de relíquias de meio século da vida comum, como retratado em seu romance homônimo de 2008.

Pamuk estipulou que não se fizesse "um museu monumental ou espetacular, mas algo nas ruas laterais, algo que representasse a vida cotidiana da cidade", ele disse em uma entrevista coletiva depois de uma apresentação à imprensa.

Situado no bairro ensolarado de prédios vermelho-tinto de Cukurcuma, o Museu da Inocência abriga artefatos reais e inventados da vida turca cotidiana entre 1950 e 2000, em uma homenagem tanto ao romance quanto à Istambul de Pamuk.

"Nossas vidas diárias são honoráveis, e os objetos delas deveriam ser preservados. Não se trata de maneira alguma de glórias do passado", ele disse. "São as pessoas e seus objetos que contam".

Ele concebeu o museu há mais de uma década, na mesma época em que teve a ideia do romance. Um best-seller do New York Times, "O Museu da Inocência" foi seu primeiro livro depois de vencer o Nobel de literatura em 2006.

O livro conta a história de Kemal, que coleciona itens comuns para recapturar a felicidade que sentiu durante um romance apaixonado, mas que teve um final infeliz.

O museu da vida real contém miudezas que Pamuk coletou de lojas de quinquilharias de Cukurcuma, além de objetos das casas das pessoas. Há cães de porcelana, antigos kits de barbear e um projetor de filme. Uma coleção de escovas de dente, que é citada no romance, foi doada por seu proprietário na vida real.