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James Murdoch diz que não sabia de ilegalidades em seu jornal

24/04/2012 10h39

Por Georgina Prodhan e Kate Holton

LONDRES, 24 Abr (Reuters) - O executivo James Murdoch culpou nesta terça-feira seus subordinados por não terem lhe informado de ilegalidades praticadas na época em que ele supervisionava os jornais britânicos do grupo News Corp., e disse que não costumava ler com atenção o extinto tabloide News of the World.

Outrora visto como herdeiro do pai, o magnata Rupert Murdoch, James, de 39 anos, foi interrogado por uma comissão de inquérito que analisa as práticas jornalísticas no Reino Unido. A investigação foi lançada depois da descoberta de que o News of the World havia espionado as caixas postais telefônicas de centenas de pessoas.

Rupert Murdoch, de 81 anos, deve depor na quarta ou na quinta-feira à comissão, que investiga também as relações do império midiático dele com os políticos britânicos.

James Murdoch é suspeito de ter tolerado as espionagens, especialmente por ter aceitado pagar uma vultosa quantia num acordo judicial relacionado a isso. Mas ele continua negando que tivesse conhecimento dos fatos. ""Sabendo o que sabemos agora sobre a cultura do News of the World em 2006, e pelo que sabemos da natureza disseminada dessas práticas ruins, (o jornal) deve ter sido negligente acerca dos riscos, e isso é motivo de enorme arrependimento", disse o executivo.

Diante de um auditório lotado, ele acrescentou que não tinha responsabilidade sobre o conteúdo editorial dos jornais do grupo. Antes de assumir a direção dessas publicações, James Murdoch havia feito carreira na TV paga.

Funcionários graduados do News of the World dizem que informaram James Murdoch sobre a abrangência do problema em um e-mail, na época em que negociavam um acordo judicial, mas ele disse que não o leu totalmente.

James Murdoch também está sendo interrogado sobre reuniões com ministros que na época discutiam se autorizariam ou não a família Murdoch a assumir o controle total sobre a operadora de TV BSkyB. Uma confraternização de fim de ano teria tido a presença do primeiro-ministro David Cameron.

(Reportagem adicional de Paul Sandle e Drazen Jorgic)