Artista russo vĂȘ Moscou como uma Roma futurista em novo trabalho
O artista Alexei Beliayev-Guintovt Ă© rejeitado por muitos no mundo artĂstico russo pelo simbolismo fascista de seus trabalhos anteriores.
Seu novo projeto nĂŁo Ă© menos polĂȘmico. Ele concebe Moscou como uma nova Roma: a capital de um impĂ©rio eurasiĂĄtico, onde estrelas de estilo soviĂ©tico e cĂșpulas em formato de cebola pontuam a paisagem.
"Represento uma utopia, um lugar não-existente (...), mas também um apelo ao irreal, ao sonho, a algo que não existe", disse Guintovt na abertura da sua exposição na Galeira Triunfo, perto da Praça Vermelha.
Ao contrĂĄrio da maioria dos artistas contemporĂąneos, que retrata a RĂșssia pĂłs-soviĂ©tica como um lugar decrĂ©pito, tentando se equiparar ao Ocidente, Guintovt apresenta sua terra natal como uma nação gloriosa, no auge do seu poder e influĂȘncia global. Ele diz que sua arte Ă© um apelo para que Moscou nĂŁo dĂȘ as costas ao Oriente, e abrace tanto suas raĂzes europeias quanto as asiĂĄticas.
"O projeto combina as origens das maiores tradiçÔes do mundo, islã, budismo e ortodoxia, o Kremlin sendo o centro sagrado do gigantesco continente eurasiåtico", disse ele.
Arquiteto de formação, Guintovt cria obras que anteveem uma Moscou ultramoderna, mas equilibra seus modelos futuristas misturando-os a materiais artesanais. Suas pinturas sĂŁo impressas em feltro, numa referĂȘncia aos materiais usados por nĂŽmades da Ăsia Central em suas iurtas.
A exposição, que leva o nome das coordenadas geogråficas do Kremlin, também incorpora uma projeção de slides.
(Por Nastassia Astrasheuskaya)