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Kuweitiana se diz "mais determinada" após veto a exposição

03/04/2012 10h15

Uma artista kuweitiana que teve uma exposição proibida por apresentar imagens masculinas consideradas "obscenas" pelas autoridades disse que vai continuar produzindo trabalhos que desafiem as percepções da sociedade no país árabe.

A exposição "O Mundo É do Homem", de Shurooq Amin, foi fechada no mês passado apenas três horas depois de ser inaugurada. A Reuters teve acesso a um comunicado do Ministério do Comércio - responsável pelo alvará das galerias de arte - dizendo que as obras eram "indecentes" e "obscenas". Funcionários do ministério não responderam a repetidos pedidos para comentar o caso.

Amin disse que duas das 16 obras incomodaram as autoridades - a pintura de uma mulher de minissaia sentada no colo de um homem, intitulada "Minha Amante e Família", e uma imagem de três homens jogando cartas e bebendo "suco de uva" em uma garrafa que sugeria o contrabando de álcool.

"Vou continuar pintando e vou continuar desafiando os limites. No mínimo, isso está me deixando mais determinada do que nunca e mais teimosa do que nunca", disse Amin à Reuters.

Ela já realizou nove exposições individuais no Kuweit, inclusive uma chamada "Garotas da Sociedade", em 2010, que provocou polêmica, mas não foi censurada.

Amin e outros artistas disseram desconhecer alguma outra exposição que tenha sido interditada. A galeria Al M. informou em seu site que a exposição seria "suspensa", e não fez comentários adicionais.

Embora o Kuweit seja um dos mais liberais países do golfo Pérsico, o governo pode censurar publicações e filmes que considerar moralmente ofensivos. A lei proíbe obras que insultem o islã e o emir, ou que preguem a derrubada do regime monárquico. Bebidas alcoólicas e pornografia também são proibidas no país.

A oposição islâmica ampliou sua bancada nas eleições de fevereiro, e no mês passado um pequeno grupo de deputados radicais propôs uma lei que proíbe a paquera e o uso de "trajes indecentes" (inclusive trajes de banho) em público.

(Por Sylvia Westall)