Tragédia do Titanic ainda fascina 100 anos depois
Por Nick Olivari
NOVA YORK, 22 Mar (Reuters) - Desastres marítimos sempre cativaram a imaginação do público e isso é especialmente válido no caso do Titanic, cujo naufrágio, em sua viagem inaugural, completa 100 anos no mês que vem.
Em 15 de abril de 1912, o luxuoso transatlântico bateu em um iceberg na rota entre Southampton, na Grã-Bretanha, e Nova York, nos Estados Unidos, com escalas na França e na Irlanda, e afundou três horas depois, causando a morte de 1.517 pessoas. As histórias de amor e heroísmo daquele episódio continuam atraindo enorme interesse.
"Titanic: The Tragedy That Shook the World" ("Titanic: A Tragédia que Abalou o Mundo"), do selo editorial Life, inclui fotos e histórias do navio e de muitos dos seus personagens.
"Algumas das pessoas mais ricas do mundo embarcam na França, algumas das pessoas mais pobres do mundo embarcam na Irlanda, e uma mistura sobrevive", disse Robert Sullivan, editor-gerente da Life Books, em Nova York. "Acontece que havia uma extraordinária variedade de histórias."
O livro começa com a construção do RMS (Real Navio-Correio, na sigla em inglês) Titanic, junto com duas outras embarcações encomendadas pela empresa White Star para dar início a uma nova era de viagens marítimas opulentas.
Sua primeira classe oferecia acomodações suntuosas para passageiros como Benjamin Guggenheim, John Jacob Astor 4º, e sua mulher grávida, Madeleine, todos eles personalidades conhecidas na sociedade de Nova York.
A eles se juntaram gente mais humilde, como Clear Annie Cameron, uma empregada doméstica de 35 anos, que queria trocar Londres pela América atrás de novas oportunidades.
Para muitos, a separação de classes a bordo acabou na hora do naufrágio. Não há fotos dos momentos finais do Titanic.
Mas o livro inclui notáveis imagens feitas pelo padre irlandês Frank Browne, que embarcou em Southampton, fez escala em Cherbourg (França) e desceu em Queestown (Irlanda), a última escala antes do naufrágio no meio do Atlântico.
Essas fotos oferecem o que talvez seja a única janela existente para a vida a bordo do Titanic.
O livro também detalha o malfadado encontro com o iceberg, as tentativas de obter ajuda por um rádio então de última geração, e o horror quando centenas de passageiros perceberam que havia insuficientes botes salva-vidas, e que muitos homens iriam morrer devido à prioridade dada a mulheres e crianças.
Entre eles estava Isidor Straus, sócio da loja de departamentos Macy's, e sua mulher, Ida, que decidiu que o marido e mulher, após 40 anos juntos, deveriam morrer unidos.
"O que fazer na hora da verdade?", disse Sullivan, da Life. "Essas histórias, você não as pode maquiar."
Guggenheim morreu no naufrágio, e Astor também -fumando charuto e bebendo conhaque, segundo a lenda.
E quanto a Cameron, a empregada? Bom, ela sobreviveu e chegou a Nova York, onde encontrou emprego.
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