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Exposição de obras de Andy Warhol fará turnê pela Ásia

Exposição de Andy Warhol, em Cingapura - Stephen Morrison/EFE
Exposição de Andy Warhol, em Cingapura Imagem: Stephen Morrison/EFE

Eveline Danubrata

16/03/2012 18h13

Andy Warhol, o "Papa do Pop", está fazendo uma peregrinação pela Ásia no 25º aniversário de sua morte, com uma das maiores coleções de suas obras devendo visitar cinco países da região nos próximos dois anos.

"Andy Warhol: 15 Minutos Eterno", a ser inaugurada em Cingapura em 17 de março, apresenta mais de 260 pinturas, desenhos, esculturas, filmes e vídeos, divididos em quatro diferentes períodos criativos.

Além das famosas latas de sopa Campbell e do retrato de Marilyn Monroe, a exposição - prevista para se aventurar em Hong Kong, Xangai, Pequim e Tóquio - também apresenta obras menos conhecidas do período artístico inicial de Warhol, nos anos 1940 e 1950.

"A arte de Andy pode ser resumida a celebridade e tragédia. Eu acho que isso é o que ele via nos jornais -ou era brilho e glamour ou morte e tragédia", disse à Reuters Eric Shiner, diretor do Museu Andy Warhol, no local de nascimento de Warhol, Pittsburgh.

Entre os primeiros trabalhos, que segundo Shiner foram marcados pela "magia e fantasia", estão "Folding Screen" da década de 1950, representando o que parecem ser dois anjos olhando um para o outro, com asas coloridas em tons brilhantes de vermelho, azul, verde e amarelo.

Outra do mesmo período é "Shoe", um sapato elaborado coberto com folhas de ouro que os organizadores disseram que poderia ter sido uma das primeiras tentativas de Warhol em escultura.

"Angel", feito por volta de 1957, mostra um anjo cuja forma brilha com folha de ouro. Shiner contou que Warhol fez uma viagem à Ásia em 1956 e ficou intrigado com o uso da folha de ouro em esculturas budistas e outros itens no Japão e na Tailândia o que o levou a começar a usar o material em suas peças assim que voltou para Nova York.

Segundo Shiner, religião é um tema recorrente na obra de Warhol. Nele se inclui "A Última Ceia", uma pintura enorme, inspirada na obra-prima de Leonardo da Vinci que mostra Jesus Cristo com seus discípulos, com toques exclusivos de Warhol, como imagens de motocicletas.

Warhol era um artista raro, que alcançou sucesso financeiro enorme - e a demanda continua forte. A casa de leilões Sotheby's disse na quinta-feira (15) que um retrato de Elvis Presley poderá ser arrematado por pelo menos 50 milhões de dólares quando for leiloado em maio.

"Ele cresceu no início de sua juventude em um período muito difícil, onde todo mundo estava com dificuldades. Acho que isso é o que o forçou a encontrar uma maneira de ser bem sucedido financeiramente, e ele era", afirmou Shiner, estimando que Warhol produziu 10.000 pinturas.

Além de ser adepto de habilidades técnicas, o artista sabia como fazer as pessoas quererem algo - um resultado da sua formação em ilustração comercial e em como vender coisas visualmente para varejistas e lojas de departamento.

Conhecido por sua frase muito citada "No futuro, todo mundo será mundialmente famoso por 15 minutos", Warhol era fixado em beleza, fama, inteligência e poder, contou Shiner. Ele começou a colecionar fotos de estrelas de cinema, como Shirley Temple e Mae West, quando tinha oito anos, contou Shiner. O artista ainda escrevia cartas para os estúdios de Hollywood e pedia fotos, mantendo dezenas delas em um álbum.