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200 anos de Charles Dickens serão celebrados com festa

Em comemoração ao bicentenário de Charles Dickens, móveis, livros e fotos de Charles Dickens são parte de exposição em Londres  - REUTERS/Finbarr O"Reilly
Em comemoração ao bicentenário de Charles Dickens, móveis, livros e fotos de Charles Dickens são parte de exposição em Londres Imagem: REUTERS/Finbarr O'Reilly

Mike Collett-White e Sarah Mills

Londres

03/02/2012 14h48

A rainha Elizabeth fará uma festa em homenagem a ele no Palácio de Buckingham. Em Buenos Aires, personalidades do mundo da cultura vão se reunir em um antigo orfanato para fazer uma leitura de suas obras.

Charles Dickens pode ter morrido em 1870, mas as legiões de admiradores ao redor do mundo vão se unir na terça-feira (7) e nos dias seguintes para comemorar o 200º aniversário de nascimento do titã da ficção inglesa.

De certa forma, a história do autor de clássicos familiares como "Um Conto de Natal", "A Casa Abandonada" e "Um Conto de Duas Cidades" é bastante moderna.

A passagem da infância pobre, que influenciou profundamente a obra e o pensamento de Dickens, ao reconhecimento internacional por seus romances guarda semelhanças com a história de J.K. Rowling, considerada a primeira escritora bilionária do mundo.

Em termos de vendas, os livros dele ofuscam Harry Potter ou qualquer outro fenômeno editorial da modernidade - algumas estimativas dizem que "Um Conto de Duas Cidades" é o romance mais vendido da história, com mais de 200 milhões de exemplares.

As histórias de personagens como Samuel Pickwick, o órfão Oliver Twist e o avarento Ebenezer Scrooge permanecem sendo editadas ou contadas em centenas de filmes, séries de televisão e peças, e não há sinal de que as adaptações estejam diminuindo.

O diretor Mike Newell trabalha na mais comentada nova versão para o cinema da obra de Dickens, com Helena Bonham Carter e Ralph Fiennes em "Great Expectations". O apelo, dizem os especialistas, é que além de escrever histórias que prendem a atenção, Dickens permanece relevante hoje em dia.

"Ele te surpreende constantemente, te choca, te faz mexer, mas para mim a chama da raiva com relação à desigualdade, à pobreza e à crueldade é o que persiste para mim", disse Sarah Phelps, que escreveu uma versão para a TV BBC de "Grandes Esperanças".

"Todo escritor quer que sua obra sobreviva", disse ela à Reuters. "Acho que ele estaria satisfeito porque o que ele sentia com força naquela época as pessoas ainda sentem agora."

As experiências de Dickens de ter trabalhado em uma fábrica quando criança, enquanto seu pai estava preso por dívidas não pagas, alimentaram sua ambição e inspiraram alguns de seus personagens e cenários mais famosos, provavelmente incluindo Fagin em "Oliver Twist".

Seus senso de revolta com a injustiça social na Grã-Bretanha vitoriana atravessa todo o seu trabalho e ajuda a explicar seu apelo às gerações que vieram depois.