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Museu do Prado adota medidas para combater cortes orçamentários

23/01/2012 13h42

Por Iciar Reinlein

MADRI, 23 Jan (Reuters) - O Museu do Prado, de Madri, vai começar a abrir sete dias por semana e ampliar suas exibições especiais muito visitadas para tentar conter os danos provocados pelos cortes do governo.

Apesar de desfrutar um comparecimento recorde, o lar das obras-primas de Francisco Goya e Diego Velásquez está sentindo os efeitos dos cortes dos subsídios de 6 milhões de euros (7,75 milhões de dólares) enquanto a Espanha tenta controlar seu déficit.

O Prado costumava ter um orçamento anual de 42 milhões de euros, dos quais metade vinha de subsídios públicos. Esse número agora cairá para 30 por cento do orçamento total até 2013, obrigando o museu a compensar o déficit.

"Os museus estão sendo afetados pela crise sem estarem em crise eles mesmos", disse o diretor do Prado, Miguel Zugaza, referindo-se ao recorde de 2,9 milhões de visitantes que o Prado registrou em 2011, a maioria de estrangeiros.

Durante os finais de semana é possível ver longas filas de turistas esperando para ver uma coleção que inclui Rembrandt, Rubens e El Greco, e exibições especiais como "The Hermitage", em cartaz até 25 de março.

Uma exibição organizada em conjunto com o Louvre no ano passado sobre Rafael, o mestre italiano do século 15, está prevista para junho e deve durar até setembro. Ela será seguida de outra mostra, sobre o pintor flamengo do século 17 Anthony van Dyck.

Com seu novo horário de funcionamento, o Prado se junta a um grupo seleto de museus internacionais, incluindo a Galeria Nacional de Londres e o Rijksmuseum, de Amsterdã, que abrem todos os dias.

O novo horário deve gerar 1,5 milhão de euros a mais, disse Zugaza. Patrocinadores corporativos contribuem com cerca de 6 milhões de euros ao ano.

Os vizinhos do Prado - o museu Reina Sofia, que abriga a Guernica de Pablo Picasso, e o Thyssen-Bornemisza - que, juntos, formam o "Triângulo de Ouro" da arte de Madri, também estão estudando medidas para compensar os menores subsídios.

Os dois estabelecimentos também atraíram um número recorde de visitantes em 2011, tendo o Reina Sofia recebido 2,7 milhões de pessoas, e o Thyseen, 1,7 milhão.