Ópera Don Giovani abre temporada do teatro La Scala de Milão
MILÃO (Reuters) - O libertino mais famoso das óperas abrirá nesta quarta-feira a temporada do teatro La Scala, de Milão, semanas depois de o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi ter saído da cena política na esteira de um escândalo.
A primeira noite do La Scala não é apenas o principal evento para os amantes da ópera. Políticos, membros do governo e grandes empresários costumam ser convidados para os camarotes do teatro.
Este ano, a tradicional noite de abertura acontecerá em uma das semanas mais cruciais para a zona do euro, com os líderes europeus buscando uma solução para a crise da dívida que já provocou a queda de Berlusconi e a ascensão de um economista bastante respeitado.
Berlusconi renunciou em novembro, enfrentando processos por acusações que vão de sonegação fiscal a pagamento a uma prostituta menor de idade. Ele foi pressionado para sair no momento em que a crise dos mercados europeus ameaçava sair do controle.
"Don Giovanni é a maior ópera já criada. Ele nos lembra que somos responsáveis por nossos desejos", disse o diretor Robert Carsen a jornalistas nesta semana. "É um mistério que ninguém consegue explicar, um jogo sem regras", afirmou ele.
O novo premiê italiano, Mario Monti, e os membros de seu governo serão os mais procurados na plateia da estreia do La Scala, que também será palco de um protesto sindical contra as medidas de austeridade anunciadas por Monti na segunda-feira.
Do lado dos mercados financeiros, no entanto, os investidores comemoraram o plano de ajustes de Monti de 30 bilhões de dólares. Os juros dos títulos italianos no prazo de dez anos caíram para menos de 6 por cento pela primeira vez desde 28 de outubro.
No mês passado, a Itália - dona da maior dívida da zona do euro com 1,9 trilhão de euros em títulos - parecia estar rumando para o desastre depois que a taxa de juros exigida pelos credores subiu para acima de 7 por cento, um nível com o qual outros países solicitaram socorro financeiro.
O administrador geral do La Scala, o francês Stephane Lissner, pediu por mais verba pública nesta semana depois da divulgação das medidas de Monti. "Não podemos seguir dessa forma", afirmou ele.
(Reportagem adicional de Ilaria Polleschi)
(Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765)
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