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Michael Fassbender se divide entre "Shame" e "Método Perigoso"

30/11/2011 13h26

Por Iain Blair

LOS ANGELES (Reuters) - Ele pode ainda não ser um nome conhecido, mas o ator Michael Fassbender está rapidamente se tornando um dos nomes jovens mais quentes de Hollywood.

O ator teve sua grande estreia quando Steven Spielberg e Tom Hanks o contrataram para sua minissérie de televisão sobre a 2a Guerra Mundial, "Band of Brothers." Ele também apareceu em filmes como "X-Men: Primeira Classe", "300" e "Bastardos Inglórios".

Fassbender, que nasceu na Alemanha e cresceu na Irlanda, estrela agora dois filmes diferentes - "Shame" e "Um Método Perigoso". No primeiro, ele interpreta um viciado em sexo cuja vida sai de controle, e no segundo ele se transforma no psiquiatra Carl Jung.

O ator falou à Reuters sobre os dois filmes.

Pergunta: Há muito sexo explícito em "Shame", que certamente vai atrair mídia, mas o filme parece ser mais sobre solidão.

Resposta: "Exato. Acho que é sobre pessoas tentando se conectar. Cada personagem está tentando se conectar de alguma forma ou de outra. Meu personagem, Brandon, tem suas maneiras de fazer isso, e Sissy (irmã de Brandon, interpretada por Carey Mulligan) tem as maneiras dela. E no mundo de hoje, em que tanta informação chega até nós o tempo todo, o que devemos fazer com isso? Como processamos isso? Pode ser muito confuso e criar muita ansiedade."

P: Também há nudez frontal total sua. Você se preocupou de que o filme pudesse parecer pornô?

R: (Risos) "Não, nem um pouco, já que eu sabia que o sexo não estava lá para excitação ou exploração. Estava lá como forma de a audiência chegar à mente desse cara. Eu via todos os encontros sexuais como sendo muito reveladores sobre o que estava realmente acontecendo dentro de Brandon."

P: Como você se preparou para todas as cenas de sexo?

R: "Com uma flanela quente (risos). Eu não queria que ele (o personagem) estivesse em ótima forma. Eu queria manter esse sentido de um viciado, então nós nunca realmente o vemos comer, exceto comida chinesa enquanto assiste pornô. Ele bebe Red Bull de manhã. Aqui está alguém que só come como combustível. Não há muito prazer aí. Muitas vezes eu queria ser repulsivo nas cenas de sexo. Eu queria parecer feio e não com boa aparência."

P: O seu personagem em "Shame" é um cara bastante miserável e torturado, obcecado por sexo ilícito. E em "Um Método Perigoso" você interpreta um intelectual muito respeitado, Carl Jung. Você se relacionou com ambos?

R: "Sim. De certa forma você faz um pouco de psicanálise como ator. A única coisa com que posso realmente ter referência sou eu mesmo, então eu sempre passo bastante tempo com um roteiro, lendo e relendo, tentando entender os personagens. Então há um pouco de Brandon (personagem em "Shame") em mim em algum lugar, e de Jung - eu apenas preciso encontrar. Acredito que somos todos capazes de qualquer comportamento humano. É como se fosse jardinagem. Você vai cavando e vê o que consegue encontrar. E aí você acrescenta a imaginação. São todos esses ingredientes diferentes."

P: É diferente interpreter uma figura histórica como Jung?

R: "Sim, já que você tem toda a informação e pesquisa disponível. Eu pude aproveitar a biografia de Jung. Com Brandon, eu tive que escrever a minha própria. Então, interpretar Jung foi mais fácil por este motivo, mas o roteiro era um verdadeiro desafio. (O roteirista) Christopher Hampton escreveu um roteiro muito articulado, eloquente, com diálogos pesados, algo que você não tem mais nos filmes."