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Murais de Diego Rivera serão reunidos em NY após 80 anos

11/11/2011 17h54

Por Walker Simon

NOVA YORK (Reuters) - Cinco murais do artista mexicano Diego Rivera serão exibidos, a partir de domingo, em uma nova exposição que reúne obras que retratam um amplo espectro social de quando foram revelados, durante a Grande Depressão.

As obras, que foram exibidas pela primeira vez em 1931 e 1932, são o destaque de "Diego Rivera, Murais para o Museu de Arte Moderna", que ficará em cartaz até 14 de maio.

Os murais foram pintados no Museu de Arte Moderna, que vendeu todos menos um. Diretor do museu, Glenn Lowry, disse que as obras, particularmente "Frozen Assets", ainda hoje encontram ressonância.

"O que é interessante sobre Rivera hoje é como eram prescientes suas observações sobre Nova York há 80 anos", disse ele.

"Não há melhor metáfora para o que está acontecendo com os vários movimentos 'Ocupem Wall Street' em todo o país e no mundo do que a estratificação que é revelada na pintura de Rivera, que mostra os sem-teto sobrepostos com cofres dos bancos e os ricos", disse ele.

Pesando quase 700 quilos, "Fondos Congelados" foi levado de avião para Nova York depois de ter sido removido de sua atual casa, o Museu Dolores Olmedo, no México.

Outros murais da exposição, "La Energía Eléctrica" e "El Levantamiento" também foram levados para Nova York a partir do México, e estão se reencontrando com os agora norte-amerianos "Zapata Líder Campesino" e "Guerrero Indio".

"Fondos Congelados" retrata o horizonte de Nova York acima de fileiras de sem-teto dormindo. Abaixo está um cofre de banco espaçoso. Mulheres elegantemente vestidas esperam com um homem idoso que lembra John D. Rockefeller Junior, de acordo com o curador da exposição, Leah Dickerman.

Segundo ele, o perfil de um funcionário do banco lembra o rosto de John D. Rockefeller Senior.

A exposição retrata a tumultuada relação de Rivera com a família Rockefeller, que encomendou a ele o mural "Man at the Crossroads" para o Rockefeller Center, que estava em construção.

Mas em 1934 a família ordenou a destruição do trabalho em andamento após Rivera recusar-se a retirar uma imagem do líder soviético Vladimir Lenin, de acordo com documentos da exposição.

A ligação de Rivera com Moscou é ilustrada na exposição com 45 de suas aquarelas de sua estada na União Soviética entre 1927 e 1928. Enquanto ele estava em Moscou, conheceu e estabeleceu um relacionamento com Alfred Barr, que foi o primeiro diretor do Museu de Arte Moderna, quando abriu em 1929.