Exibição de caricaturas em NY incentiva a zombaria
Por Barbara Goldberg
NOVA YORK (Reuters) - A zombaria é fortemente encorajada em uma nova exposição no Museu Metropolitano de Arte.
Risadinhas e gargalhadas que normalmente seriam recebidas com uma encarada séria nas galerias silenciosas do museu são o objetivo da exibição "Zombaria Infinita: Caricatura e Sátira de Leonardo a Levine", que vai até o início de março.
"Oh! Isso é horrível!", riu Richard Miller, de 81 anos, um artista abstrato de Nova York que curtia a exposição com amigos.
Miller estava olhando para um desenho grotesco de um padeiro com uma baba e o nariz escorrendo, em uma paródia sobre a higiene culinária no século 18 pelo britânico Thomas Rowlandson, que é considerado um dos maiores contribuintes da Idade de Ouro da caricatura, do final dos anos 1700 ao começo dos anos 1800.
Tiradas da coleção do museu de 1,2 milhão de desenhos e gravuras, as 162 peças na exibição mostram como o sarcasmo floresceu como forma de arte dos anos 1600 até hoje.
Organizada para destacar a influência dos primeiros caricaturistas nas gerações futuras, a mostra revela que a humanidade basicamente tem três piadas que vêm contando há séculos: sobre comida, sexo e poder.
"A mostra é sobre humor, mas também tem seu lado mais profundo", disse a curadora associada Constance McPhee, que passou dois anos criando a exposição junto com a curadora Nadine Orenstein.
Um grande foco da exibição são os ricos e politicamente poderosos, retratados com abandono por artistas que amplamente escaparam da censura sofrida por escritores.
IRREVERÊNCIA
Ao longo dos séculos 18 e 19, na Grã-Bretanha e por um curto período na França, desenhos de sátiras eram regularmente colocados nas vitrines de lojas, atraindo multidões que compravam os desenhos para colocar em álbuns compartilhados com a família e amigos.
Hilariamente irreverentes e às vezes chocantemente brutos, alguns dos desenhos parecem mais terem sido rasgados das páginas de uma revista de humor do que selecionados dos arquivos de um museu.
"Os franceses costumam manter um mínimo de civilidade, exceto aqui", disse Orenstein, olhando para uma gravura que surgiu antes de os franceses reprimirem os caricaturistas em 1835, insistindo que eles obtivessem primeiro a aprovação de qualquer pessoa que planejassem desenhar.
O desenho de um artista anônimo chamado "O Bombardeio de Todos os Tronos da Europa" ironiza as tentativas frustradas de Catarina, a Grande, de organizar expedições militares estrangeiras contra a França revolucionária.
Ela mostra a imperatriz russa com os seios nus sob ataque escatológico de todos os lados, incluindo um vômito do Rei Luís XVI e uma dúzia de revolucionários nus, os "sans-culottes", que enviam insultos flatulentos na direção dela.
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