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Jackson "pagou com a vida" por ações de médico, diz promotor

03/11/2011 19h55

Por Alex Dobuzinskis

LOS ANGELES (Reuters) - Michael Jackson "pagou com sua vida" pela negligência criminosa de seu médico pessoal, que também deixou os três filhos do cantor pop sem um pai, disseram promotores a um júri de Los Angeles na quinta-feira.

Em alegações finais emocionadas depois de um julgamento de seis semanas, o promotor David Walgren disse que o médico Conrad Murray violou a confiança entre médico e paciente e que suas ações causaram a morte do cantor de "Thriller" em 2009.

"As evidências neste caso são claras - de que Conrad Murray agiu com negligência criminosa, que Conrad Murray causou a morte de Michael Jackson, que Conrad Murray deixou Prince, Paris e Blanket, sem um pai", Walgren disse ao júri.

Murray, que foi contratado para cuidar de Jackson enquanto ele se preparava para uma série de concertos, nega o homicídio involuntário, mas não depôs no julgamento.

Walgren afirmou que Murray violou o seu dever ético e legal como médico, dando a Jackson o poderoso anestésico propofol em sua casa como um auxílio para dormir.

"Michael Jackson pagou com sua vida" pela negligência de Murray, disse Walgren, enquanto os pais do cantor, Joe e Katherine, ambos vestidos de preto, ouviam na sala do tribunal.

Jackson foi encontrado sem vida em sua mansão em Los Angeles em 25 de junho de 2009, aos 50 anos. Foi constatado que ele morreu de uma overdose de propofol, que normalmente é usado em cirurgias, e sedativos.

Murray admitiu ter dado uma pequena dose de propofol a Jackson. Mas seus advogados argumentaram no julgamento que Jackson era viciado na droga e causou sua própria morte - provavelmente por engolir um punhado de sedativos e dando a si mesmo uma dose extra fatal sem o conhecimento do seu médico.

O juiz Michael Pastor disse ao júri na quinta-feira que eles podem condenar Murray, mesmo que Jackson tenha contribuído para a sua própria morte, se eles acreditarem que o médico não deu os cuidados razoáveis para evitar esse resultado.

Mas Pastor disse que o júri não poderia considerar Murray culpado se acreditarem que suas ações no dia da morte de Jackson foram acidentais.

Murray pode pegar até quatro anos de prisão se for condenado.

(Reportagem de Jill Serjeant)