Versão ultramoderna de ópera marca estreia do novo Bolshoi
Por Nastassia Astrasheuskaya e Amie Ferris-Rotman
MOSCOU (Reuters) - Uma versão ultramoderna da ópera romântica folclórica "Ruslan e Ludmila", de Mikhail Glinka, será a primeira produção completa a subir ao palco do recém-reformado teatro Bolshoi, na capital russa.
Um dos símbolos culturais mais reverenciados da Rússia poderá confundir a sua legião tradicional de admiradores com a adaptação do diretor Dmitry Chernyakov para a ópera clássica baseada em um poema de Alexander Pushkin.
"A produção é certamente moderna em seu tema. Tentamos trazer os personagens para mais perto da realidade, para que o espectador possa acreditar que eles são reais e não inventados", disse Chernyakov antes de um ensaio.
Quando a primeira plateia se acomodar nas poltronas na quarta-feira, as cortinas do Bolshoi, com o nome Rússia escrito nelas em carmim e dourado, vão se abrir para revelar um cenário em azul pastel lembrando os tradicionais ovos de páscoa russos.
Grandes telões eletrônicos disputarão a atenção do público com os atores vestidos em figurinos de época, acrobatas e ilusionistas. Mulheres nuas correrão pelo palco e o elenco fará súbitas transições para a vida dos dias modernos.
A protagonista Ludmila, interpretada pela soprano russa Albina Shagimuratova, da Grand Opera de Houston, recebe até uma massagem tailandesa de duas jovens mulheres, enquanto um admirador tatuado dança em volta dela.
É de longe a versão mais moderna dessa ópera no palco do Bolshoi, onde ela já foi apresentada mais de 700 vezes em nove versões diferentes ao longo dos últimos 165 anos.
Chernyakov, cuja primeira visita a um teatro quando criança foi ao Bolshoi, acompanhado da mãe, disse que era difícil desconectar os laços com seu passado e com sua terra natal.
"Tento me manter concentrado e não ceder à nostalgia, não pensar que eu trabalho em um teatro de 230 anos, porque isso me deixa tímido e desorientado", afirmou ele.
A casa de ópera e balé é admirada no mundo inteiro como o lugar dos clássicos da Rússia. Fundado em 1776, o principal palco do Bolshoi foi fechado em 2005 após anos de negligência e uso pesado durante a época soviética e agora foi reaberta numa reforma digna da glória da época dos czares.
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