Enfermeira diz que Michael Jackson pedia sonífero para dormir
Por Alex Dobuzinskis
LOS ANGELES (Reuters) - Uma enfermeira disse nesta terça-feira que Michael Jackson lhe pediu ajuda para obter o anestésico propofol e usá-lo como sonífero, e que ela não conseguiu demover o cantor de usar a droga que acabaria por causar sua morte, em 2009.
A enfermeira e nutricionista Cherilyn Lee, que trabalhava com Jackson, compareceu como testemunha de defesa no julgamento em que o médico Conrad Murray é acusado de homicídio culposo, por ter sido supostamente negligente no atendimento a Jackson.
Antes, advogados de Murray disseram que não chamariam o médico para depor, preferindo usar testemunhas como Lee para demonstrar que Jackson era dependente de medicamentos e fazia de tudo para obter o propofol.
Lee disse aos jurados que tentou dar remédios naturais para ajudar Jackson a enfrentar a insônia, mas que em abril de 2009, pouco mais de dois meses antes de morrer, ele lhe perguntou sobre o anestésico cirúrgico, e contou que era a única coisa que o fazia dormir.
"Eu sei que isso vai me derrubar, assim que entrar na minha veia eu sou derrubado e estou dormindo", disse Jackson a Lee naquela ocasião, segundo o relato dela.
Lee disse que foi então pesquisar e, descobrindo sobre os graves efeitos colaterais do propofol, alertou Jackson de que o anestésico poderia fazê-lo esquecer as letras das músicas, e que a droga só deveria ser administrada em ambiente hospitalar. Mas ele não se convenceu.
A enfermeira chorou ao relatar como Jackson respondeu aos alertas. "Ele me disse: 'Vou ficar bem, só preciso que alguém me monitore com o equipamento enquanto estou dormindo'", depôs ela.
Apesar da decisão em contrário de seus advogados, Murray ainda pode optar por depor, mas é improvável que ele faça isso. Desde o início do julgamento, a defesa tem sofrido repetidos reveses.
Na segunda-feira, o médico Allan Metzger, que durante muito tempo cuidou de Jackson, afirmou ao júri que, um dia antes de perguntar a Lee sobre o propofol, o cantor o consultou a respeito de "um sonífero intravenoso", uma possível alusão ao anestésico.
Metzger e Lee negaram que tivessem obtido o propofol para Jackson. Segundo os promotores, Murray comprou a droga em uma farmácia de Las Vegas, em abril de 2009, mesmo mês em que ele começou a trabalhar como médico particular do cantor de "Thriller."
Murray, que se diz inocente da acusação de homicídio, admite ter dado propofol a Jackson, mas seus advogados alegam que foi o próprio cantor quem causou sua própria morte, ao reforçar a dose sem que o médico soubesse.
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