Maus-tratos infantis inspiram romance sobre adolescente isolada
Por Elaine Lies
TÓQUIO (Reuters) - Roland Merullo tinha esquecido a visão perturbadora de uma criança pequena sendo maltratada pela mãe em frente de uma loja na zona rural da Nova Inglaterra - até que a lembrança ressurgiu, 25 anos mais tarde, ajudando-o a escrever um romance.
Esse tipo de abuso, que Merullo comparou ao poder de um ditador, compõe boa parte de "The Talk-Funny Girl", história da adolescente Marjorie e de seus esforços para escapar da vida árida criada pelos pais isolados e submissos ao líder sádico de uma seita religiosa.
"As pessoas fazem coisas em casa que não ousariam fazer no resto do mundo. Elas detêm o poder máximo sobre seus filhos", disse Merullo em entrevista por telefone.
"Parte da motivação deste livro foi o desejo de dar uma voz a crianças assim, de me manifestar em nome de crianças que vivem em situações terríveis e não têm como se defender".
O isolamento de Marjorie é simbolizado pelo dialeto estranho que ela fala, consequência do fato de ter crescido com seus pais numa casinha no meio do mato, sendo qualquer tentativa de falar corretamente castigada fisicamente.
À medida que Marjorie, com 17 anos, procura chegar a uma vida normal, trabalhando na reconstrução de uma igreja, sua fala vai mudando pouco a pouco, acompanhando a conquista de sua independência.
Merullo achou tão importante a questão da fala que originalmente escreveu o livro, que é narrado na primeira pessoa, inteiramente no dialeto de Marjorie - até que um leitor das provas lhe disse que a leitura era muito difícil, o que levou a reescrever boa parte do romance.
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