EUA discutem lei contra publicidade de alimentos para crianças
WASHINGTON (Reuters) - Legisladores republicanos atacaram nesta quinta-feira uma proposta do governo Obama que visa limitar os anúncios de comida voltados para crianças, mesmo após a equipe que elaborou o plano oferecer concessões para os fabricantes de alimentos e bebidas.
Fred Upton, presidente da Comissão de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados dos EUA, criticou um grupo de trabalho do governo por não conseguir produzir o estudo que foi solicitado, e, ao invés disso, propor limites voluntários à propaganda de alimentos voltada para crianças.
"Ao invés de realizar um estudo ou oferecer recomendações, o (grupo) propôs unilateralmente orientações que eram tão extremas que impediriam a venda de alimentos para crianças que muitos pais considerariam uma vitória se seus filhos comessem -- como iogurte, palitos de queijo e mesmo sopa", disse Upton em uma audiência conjunta com as duas subcomissões.
A deputada republicana Marsha Blackburn disse que seria um "limite à liberdade de expressão".
O deputado Henry Waxman disse que a indústria de alimentos gasta 1,6 bilhão de dólares em publicidade voltada para crianças a cada ano. O democrata questionou a afirmação de que a proposta significaria a perda de 700 mil empregos.
Empresas de alimentos, bebidas e restaurantes, que estão sendo criticadas por contribuir ao crescente índice de obesidade infantil, se opõem às tentativas do governo de limitar a publicidade para o público infantil.
Cerca de 17 por cento das crianças nos Estados Unidos entre 2 e 19 anos estão obesas, segundo dados do governo. Quase uma em cada três crianças está acima do peso e os índices estão subindo rapidamente.
O grupo de trabalho, que inclui a FDA (agência reguladora de alimentos e medicamentos dos EUA) e o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças disse em abril que as empresas deveriam suspender todas as formas de publicidade para crianças a não ser que promovam alimentos saudáveis, como grãos integrais, frutas frescas ou vegetais.
Sob a proposta, alimentos salgados, gordurosos ou muito doces, ou contendo gorduras trans. não seriam mais anunciados para crianças e adolescentes de até 17 anos.
A indústria aceita uma proposta segundo a qual pelo menos metade de toda a publicidade voltada às crianças promova alimentos mais saudáveis.
Empresas alimentícias também afirmam que cortaram a quantidade e açúcar, gordura e calorias em alguns de seus produtos.
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