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Cineasta Von Trier: "Chega de declarações e entrevistas"

05/10/2011 16h32

LONDRES (Reuters) - O diretor dinamarquês Lars von Trier disse nesta quarta-feira que não vai fazer mais declarações públicas ou dar novas entrevistas, depois de a polícia o ter interrogado em função de declarações em maio que levaram à sua expulsão inesperada do Festival de Cinema de Cannes.

Von Trier disse que a polícia da região da Zelândia, no norte da Dinamarca, o interrogou sobre as acusações feitas por promotores de Grasse, na França, em agosto, relacionadas à controvérsia de Cannes.

Em comunicado à imprensa, o diretor provocativo e premiado de filmes que incluem "Ondas do Destino", "Dançando no Escuro", "Anticristo" e "Melancolia", disse que as acusações se devem "à possível violação da proibição, na lei francesa, da justificação de crimes de guerra."

Sua expulsão de Cannes, onde no passado ele tinha conquistado o prêmio máximo, a Palma de Ouro, aconteceu após uma coletiva de imprensa em que Von Trier, brincando, se descreveu como nazista e simpatizante de Hitler.

Suas declarações causaram revolta entre grupos judaicos e os organizadores de Cannes, mas muitos dos presentes ao festival consideraram a punição excessivamente dura, considerando que o diretor estaria falando em tom de brincadeira e em inglês, que não é sua primeira língua.

O cineasta de 55 anos pediu desculpas, mas a proibição foi mantida.

"Devido a essas acusações sérias, percebi que não possuo a habilidade de me expressar de modo inequívoco e, por isso, decidi de hoje em diante me abster de qualquer declaração pública ou entrevista."

(Reportagem de Mike Collett-White)