Ator Javier Bardem vai lançar apelo pelo Saara Ocidental na ONU
NOVA YORK (Reuters) - O ator espanhol premiado com o Oscar Javier Bardem disse nesta terça-feira que vai apelar ao comitê de descolonização da Assembleia Geral das Nações Unidas para que exija o fim das violações dos direitos humanos no território disputado do Saara Ocidental.
Bardem disse que ainda nesta terça-feira vai discursar como particular perante o Quarto Comitê de Assembleia Geral, que tem 193 países membros, sobre a questão do Saara Ocidental, antiga colônia espanhola que o Marrocos anexou em 1975.
"Ouvi dizer que qualquer pessoa pode se manifestar como particular", ele disse a jornalistas em coletiva de imprensa.
O Marrocos diz que o Saara Ocidental, um trecho de deserto pouco povoado que possui fosfatos, áreas de pesca e, potencialmente, reservas de petróleo e gás, deve ganhar soberania. O movimento independentista Frente Polisário diz que o Saara Ocidental já é um Estado independente.
A Frente Polisário travou uma guerra de guerrilha contra as forças marroquinas até 1991, quando a ONU mediou um cessar-fogo, ficando entendido que seria realizado um referendo para decidir o destino do território. O referendo nunca aconteceu, e as tentativas feitas desde então para alcançar um acordo duradouro têm fracassado.
"A população do Saara Ocidental sofre sob a repressão movida no interior do território ocupado", disse Bardem em comunicado escrito distribuído na coletiva de imprensa.
"Os moradores sofrem em campos de refugiados no deserto do Saara onde vivem esquecidos há décadas. Mas ninguém dá ouvidos ao sofrimento deles."
Bardem acrescentou que "20 anos atrás foi prometido aos saaráuis um referendo sobre o futuro de seu país. Eles ainda aguardam essa chance para declarar suas posições."
Bardem fez críticas fortes ao governo de seu próprio país e também à França e aos Estados Unidos, que, segundo ele, são aliados do Marrocos e apoiam seus esforços para frustrar os chamados pela autodeterminação dos saaráuis e para que forças de paz da ONU monitorem os direitos humanos.
Diplomatas da ONU dizem que a França, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, vem representando o principal obstáculo aos esforços de alguns países para incluir um papel obrigatório de monitoramento dos direitos humanos no mandato da força de monitoramento da ONU no Saara Ocidental, conhecida como Minurso.
(Reportagem de Louis Charbonneau)
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