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China supera o Reino Unido e vira segundo maior mercado mundial da arte

09/09/2011 19h18

LOS ANGELES (Reuters) - O mundo da arte foi abalado em fevereiro pela notícia, dada pela Fundação Europeia de Belas Artes, de que a China superou o Reino Unido como segundo maior mercado mundial da arte.

A comoção se repetiria semanas depois, quando a respeitada Artprice anunciou, depois de rever suas estatísticas, que a China havia superado também os EUA e se tornado o maior mercado mundial da arte.

Mas o que os chineses estão comprando?

A resposta é: tudo - da tela "Femme Lisant (Deux Personnages)", de Pablo Picasso, arrematada por 21,3 milhões de dólares, até os direitos exclusivos pelas primeiras gravações ao vivo conhecidas de Elvis Presley, que irão a leilão em 22 de outubro.

Num país onde há 60 anos esse mercado simplesmente não existia, o apetite por obras de arte, antiguidades ou simplesmente objetos evocativos de Hollywood é enorme.

A renda disponível na China se multiplicou por dez nos últimos 20 anos, segundo uma lista de indivíduos ricos no país, feita pela Hurun. Esse estudo anual mostra um crescimento de 64 por cento na riqueza média nos últimos dois anos, e revela que a China já é o país que tem mais bilionários - entre 400 e 500 -, além de quase 1 milhão de milionários, com idade média de 39 anos.

"Cada vez mais dinheiro está parado e procurando um lugar para ir", disse Jeff Rabin, da firma ArtVest Partners, especializada em investimentos em arte. Como os mercados financeiros estão voláteis demais, as artes e objetos ligados a personalidades se tornam investimentos cada vez mais atraentes.

A casa de leilões Christies, por exemplo, ampliou nos últimos dois anos o seu número de sócios em Hong Kong de 95 para 130, todos eles chineses. Além disso, a empresa está contratando falantes nativos de mandarim para as suas sedes de Londres, Nova York, Genebra e Paris.

Onde Elvis é o rei

Embora a ampla maioria dos 1,3 bilhão de chineses ainda viva na pobreza, a prosperidade está começando a se espalhar das grandes cidades para o interior. "A coisa meio que passa das pessoas que são bastante ricas e sabem alguma coisa de arte para aqueles que são mais trabalhadores rurais ou industriais e não têm o conhecimento ou o acesso para entender o mercado da arte", disse Rabin.

Mas mesmo os leigos estão arrematando objetos nos leilões, especialmente os itens associados a celebridades ocidentais.

Darren Julien, da casa de leilões Julien's Auctions, de Beverly Hills, se prepara para realizar o seu evento "Legends" no mês que vem em Macau. Os itens à venda incluem os direitos sobre um show de Elvis em 1955, e também um vestido usado por Marilyn Monroe, o bustiê dourado de Madonna e um bilhete assinado por John Lennon.

"Uma pessoa me disse que eles preferem ter isso a ter um Monet", disse Julien, que faz um terço dos seus negócios com o mercado asiático. Ele recentemente vendeu por 294 mil dólares um boné autografado por Michael Jackson e Michael Jordan. (por Por Jordan Riefe)