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Vendas de arte da Christie's estão em alta, mas estudo vê riscos

Pintura "Gimcrack on Newmarket Heath, with a Trainer, a Stable-Lad, and a Jockey" de George Stubbs chega a 33 milhões de Euros no leilão da Christie"s (5/7/2011) - EFE/Christie"s
Pintura "Gimcrack on Newmarket Heath, with a Trainer, a Stable-Lad, and a Jockey" de George Stubbs chega a 33 milhões de Euros no leilão da Christie's (5/7/2011) Imagem: EFE/Christie's

21/07/2011 15h01

LONDRES (Reuters Life!) - A Christie's vendeu 2 bilhões de libras (3,2 bilhões de dólares) em obras de arte no primeiro semestre deste ano -- 15 por cento a mais do que no mesmo período de 2010 -- e um executivo da casa de leilões disse nesta quinta-feira que os resultados de 2011 devem levar à quebra do recorde do ano passado.

A principal empresa do mundo no ramo da arte, de propriedade do bilionário francês François Pinault, informou ter vendido 3,3 bilhões de libras em 2010, um salto de 53 por cento em relação a 2009, quando a crise financeira mundial levou os compradores ricos a reduzirem as aquisições.

"Há uma boa chance de se bater o recorde este ano", afirmou o presidente da Christie's na Europa, Jussi Pylkkanen.

"Todos os indicadores do mercado da arte nos mostram que há apetite para vender e comprar na Christie's. Isso deve dar-nos uma chance muito, muito boa (de quebrar o recorde)", disse ele em entrevista à Reuters. Pylkkanen não quis dar dados mais precisos dos negócios.

No entanto, um destacado analista de arte alertou que a crescente incerteza na economia, especialmente em relação à crise do endividamento europeu, pode brecar um mercado que se aproxima de valores recorde em vários segmentos.

A ArtTactic publicou nesta quinta-feira um estudo sobre arte contemporânea na Europa e Estados Unidos mostrando que, apesar da elevação da confiança em 8,3 por cento na primeira metade de 2011, seu barômetro de risco cresceu 12,6 por cento.

"Há fortes semelhanças entre a situação de hoje e a que o mercado da arte enfrentou em 2007 e 2008", diz o relatório, relembrando a forte divergência na época entre seus indicadores do mercado de arte e a economia.

O mercado de arte sentiu um golpe significativo com a crise bancária, embora com atraso, mas depois se recuperou com firmeza.

"Desta vez os problemas mudaram do setor bancário para a dívida soberana dos países, apresentando potencialmente uma ameaça maior à economia mundial do que a crise anterior", acrescentou a ArtTactic.

Pylkkanen, da Christie's, comentou que embora a empresa e seus clientes observem o clima econômico mundial de perto, há razões para a continuidade da alta na arte, tanto pelo seu apelo estético como pelo valor do investimento.

Ele citou o número de novos compradores da Christie's, que ajuda a sustentar não apenas os bens no mercado de ponta, onde uma obra com freqüência é arrebatada por dezenas de milhões de dólares, mas também peças entre 500 mil e 1 milhão de dólares.

"Isso significa que esses (novos) indivíduos estarão no mercado por um bom tempo daqui por diante", disse ele.

"Se a gente acrescentar o fato de que os preços estão firmes, isso significa que os colecionadores com peças importantes se sentem confortáveis em colocá-las no mercado, o que cria um círculo virtuoso." (Por Mike Collett-White)