Glamour, arte e política se encontram no Festival de Cannes
Por Mike Collett-White
LONDRES (Reuters) - O Festival de Cannes se prepara para uma edição que os críticos consideram promissora, com a presença de astros de Hollywood, diretores reverenciados e alguma polêmica política.
A maior vitrine do cinema mundial tem sofrido nos últimos anos com os cortes de verbas nos estúdios e com programações sem brilho. Desta vez, a notícia de que "A Árvore da Vida", de Terrence Malick, estará na competição oficial já deixa os cinéfilos ansiosos.
Brad Pitt, Angelina Jolie, Johnny Depp, Penélope Cruz, Sean Penn, Mel Gibson, a primeira-dama francesa Carla Bruni e o presidente do júri, Robert De Niro, estão entre os grandes nomes esperados para passar pelo tapete vermelho e circular nas festas da Riviera Francesa.
Os fãs poderão admirar também as últimas obras de Pedro Almodóvar, dos irmãos Dardenne -- já duas vezes ganhadores da Palma de Ouro --, de Lars Von Trier, de Nanni Moretti e do prolífico japonês Takashi Miike.
"É a mais forte programação em muito tempo", disse o crítico Mark Cousins, habitué em Cannes. "O que mais entusiasma é Malick. Alguns cineastas fazem filmes sobre a sua cidade natal, ou sobre seu país, mas Terrence Malick faz filmes sobre o que é estar vivo".
"A Árvore da Vida" tem como protagonistas Brad Pitt e Sean Penn numa saga familiar situado no Meio-Oeste dos EUA na década de 1950. A longa espera pela sua chegada e um trailer com misteriosas cenas cósmicas elevaram as expectativas a respeito do quinto longa-metragem do cineasta.
Penn também aparece em outro filme da competição oficial, "This Must Be The Place", no qual ele interpreta um ex-astro do rock que sai em busca do assassino do seu pai, um criminoso de guerra nazista radicado nos Estados Unidos.
BRUNI EM CENA
A comédia "Midnight in Paris", de Woody Allen, estrelada por Owen Wilson e Rachel McAdams, dá início à maratona de exibições, entrevistas, acordos de exibição e grandes festas -- o festival vai de 11 a 22 de maio.
Mas, nesse filme de abertura, as atenções da mídia devem se voltar para uma mera coadjuvante, a ex-modelo e atual primeira-dama francesa, Carla Bruni, alvo de intensas especulações sobre uma gravidez.
Por coincidência, a programação de Cannes inclui também a cinebiografia "La Conquête" (A Conquista), que retrata o marido de Bruni, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, durante as eleições de 2007, e o colapso do seu casamento anterior com Cecilia.
As mulheres aparecem com mais destaque na competição oficial do que de costume, embora ainda representem apenas 4 dos 20 diretores.
Também na competição, os belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne podem se tornar os primeiros cineastas a conquistarem três Palmas de Ouro, com seu "Le Gamin au Vélo" ("O Menino na Bicicleta"). Almodóvar corre por fora com "A Pele que Habito".
O dinamarquês Von Trier volta a Cannes com "Melancolia", dois anos depois do seu "Anticristo" causar polêmica por suas cenas de violência e sexo.
Esbarrando nos "auteurs" cinematográficos, chegam grandes nomes de Hollywood -- "Kung Fu Panda 2", estrelado por Jolie e Jack Black, e a nova sequência de "Piratas do Caribe", com Johnny Depp e Penélope Cruz.
E a recuperação econômica após a crise financeira global também pode dar alento ao gigantesco "feirão" de filmes em Cannes, onde são feitas grandes transações envolvendo os direitos de exibição dos filmes, o que serve para impulsionar o famoso festival para além da mera badalação da "Croisette".
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