Retrospectiva destaca carreira de Alexander McQueen
Por Patricia Reaney
NOVA YORK, 4 de maio (Reuters Life!) - De um casaco de seda preta e alfaiataria perfeita até um figurino futurista, uma retrospectiva no Metropolitan Museum de Nova York apresenta um apanhado da carreira extraordinária do falecido estilista britânico Alexander McQueen.
Com cerca de 100 conjuntos de roupas e 70 acessórios de coleções que abrangem 19 anos, a exposição "Alexander McQueen: Savage Beauty" (Alexander McQueen: Beleza Selvagem) promovida pelo Instituto do Figurino revela a inspiração responsável pelos desfiles complexos do estilista, sua abordagem imaginativa à moda, sua maestria técnica e a construção de suas criações provocantes.
"Para McQueen, a moda não se resumia à praticidade: era um veículo para contestar nossas ideias, nossos conceitos de moda, desafiar nossos limites e nossas concepções de beleza", disse Andrew Bolton, curador da exposição, que abre nesta quarta-feira e fica em cartaz até 31 de julho.
"Ele enxergava a moda de maneira muito cinematográfica, e acho que isso se refletia em suas criações."
O estilista britânico, que se suicidou um ano atrás, aos 40 anos de idade, descreveu-se como esquizofrênico romântico, alguém que enxergava beleza no grotesco e buscava demolir as regras, mas conservar as tradições.
A retrospectiva é dividida em sete galerias, ou temas, como a menta romântica, a mente gótica, o nacionalismo romântico e o naturalismo romântico.
"Eu queria que a mostra se desenrolasse como um conto de fadas dos irmãos Grimm", disse Bolton, para quem os desfiles de McQueen lembravam instalações vanguardistas e arte performática. "McQueen era profundamente romântico, no sentido atribuído ao termo por Byron."
Criações de couro preto e acessórios dividem espaço com vestidos suaves de chiffon branco e rendas ou flores, ou vestidos decorados com contas.
Duas das peças iniciais de McQueen na mostra são uma jaqueta preta forrada de seda vermelha e um casaco de sua coleção de formatura da escola de design, em 1992, intitulada "Jack o Estripador Persegue suas Vítimas".
Sua formação em alfaiataria em Savile Row, Londres, fica manifesta na exposição.
Mas foi na Givenchy, em Paris, onde McQueen foi estilista chefe antes de fundar sua grife própria, que ele aprendeu a suavizar e clarear suas criações.
Um vestido fluido de seda marfim de seu desfile de outono/inverno 2006-2007 "Viúvas de Culloden", trajado pela modelo Kate Moss e capturado em um holograma, é uma criação onírica, suave e flutuante.
O interesse de McQueen pela história, o patriotismo e o nacionalismo é perceptível em suas criações e seus desfiles, cada um dos quais narrava uma história.
Sua ascendência escocesa se reflete em sua coleção "Estupro das Highlands", para o outono/inverno 1995-96, com seus xadrezes McQueen rasgados e couro verde, e na coleção "Viúvas de Culloden", enquanto sua coleção feminina "A Garota que Vivia na Árvore", do outono/inverno 2008-09, foi inspirada pela árvore no jardim de sua casa de campo na Inglaterra.
"Em termos de estilistas que ampliaram nosso entendimento da moda e as fronteiras da própria moda, acho que McQueen foi único", disse Bolton.
(Reportagem de Patricia Reaney)
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