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Documentários em Tribeca abordam bullying e contaminação

25/04/2011 16h23

Por Christine Kearney

NOVA YORK (Reuters) - Água envenenada em uma base da Marinha norte-americana e bullying nas escolas do país estão entre os temas polêmicos abordados nos documentários exibidos no Festival de Cinema de Tribeca nesta semana.

Quase metade da lista dos filmes de Tribeca neste ano, que buscam contratos de distribuição e divulgação no evento, são não-ficção, um gênero tradicionalmente forte no festival independente que é realizado em Nova York até maio.

Nos anos anteriores, o festival já serviu de porta de entrada dos documentários para um reconhecimento maior na indústria, incluindo filmes como "Um Táxi para a Escuridão", do diretor Alex Gibney, vencedor de um Oscar, cujo novo filme sobre esportes "Catching Hell", estreia no sábado.

Mas diversos documentários norte-americanos neste ano analisam questões que afetam os cidadãos comuns, como "Semper Fi: Always Faithful", que acompanha a luta do sargento aposentado da Marinha Jerry Ensminger em sua batalha de 14 anos para expor a água contaminada do acampamento de Lejeune, base da Marinha na Carolina do Norte.

Ensminger perdeu uma filha, de 9 anos, por leucemia em 1985, depois que ele passou 11 anos vivendo na base. Com sua morte, ele iniciou uma luta para descobrir e divulgar as respostas, e uma investigação federal revelou a presença de substâncias tóxicas na água de Lejeune, entre 1957 e 1987.

"The Bully Project", do diretor Lee Hirsch, acompanha famílias norte-americanas devastadadas pelo bullying. O tema esteve muito presente nos programas de TV norte-americanos nos últimos anos, em decorrência de suicídios como o de Carl Walker Hoover, de 11 anos, que se enforcou em 2009 após ser alvo de bullying pelos colegas de escola em Springfield, Massachusetts.

O documentário mostra famílias de Texas até Oklahoma vítimas do bullying, incluindo duas que tiveram filhos que cometeram o suicídio. O filme aponta para a falta de preparo das escolas e comunidades para proteger as famílias, e a falta de educação, que poderia estimular a intervenção de terceiros.