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Mídia mundial homenageia "última deusa" do cinema Liz Taylor

24/03/2011 13h19

Por Mike Collett-White

LONDRES (Reuters Life!) - Elizabeth Taylor ganhou uma despedida brilhante nesta quinta-feira da mídia mundial, que a saudou como "a derradeira deusa de Hollywood".

Fotos da beldade de olhos violetas disputaram espaço nas primeiras páginas dos jornais com o orçamento britânico e as crises no Japão e na Líbia, enquanto obituários e tributos uniram-se em elogios a uma atriz que personificou o glamour das estrelas de cinema.

Premiada com o Oscar de melhor atriz por "Cleópatra" e "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", Elizabeth Taylor morreu na quarta-feira no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, após uma longa batalha contra uma falência cardíaca congestiva que a levou a ser hospitalizada seis semanas atrás. Ela tinha 79 anos.

"Liz: adeus à derradeira deusa de Hollywood" foi a manchete do tablóide Daily Mirror, da Grã-Bretanha, onde Taylor nasceu.

O jornal produziu um caderno especial de fotos da beldade das telas, desde sua infância e seus primeiros papéis no cinema, como em "Lassie", até suas atuações mais famosas, seus muitos casamentos e seus últimos anos de vida, marcados por problemas de saúde e ganhos e perdas de peso.

O veterano colunista de cinema Donald Zec, que conheceu pessoalmente muitos dos maiores atores e atrizes de Hollywood, descreveu Elizabeth Taylor como "a sobrevivente mais espetacular do showbusiness".

"Sua vida foi uma interminável batalha contra a obesidade e o álcool, além de vários momentos assustadores de quase morte que teriam levado qualquer um a desistir -- exceto Liz Taylor", escreveu.

"Em duas ocasiões fui tirado de um campo de golfe para escrever o obituário dela, apenas para a paciente emergir de um coma, lançar um olhar provocante e pedir champanhe."

CÉU E INFERNO COM RICHARD BURTON

Como outros jornalistas, Zec mencionou o relacionamento tórrido de Taylor com o ator Richard Burton, com quem ela se casou duas vezes. Disse que o casamento deles "foi feito no céu, mas incluiu várias passagens animadas pelo inferno".

O jornal Independent descreveu Elizabeth Taylor como "a última das grandes estrelas de Hollywood" e disse que parte da atração que ela exercia se devia a sua vida privada, que era muito aberta ao público.

"A biografia dela é uma história maravilhosamente bombástica de consumo conspícuo, casamentos fracassados, casos extraconjugais, doenças, brigas e álcool", disse Geoffrey Macnab.

O New York Times dedicou uma pequena janela à atriz na primeira página de sua edição online.

"No final, a genialidade de sua carreira esteve no fato de que ela deu ao mundo tudo o que o mundo queria de uma estrela glamurosa: a excitação, o drama, os diamantes e as fofocas - e ela o fez porque recusou-se a virar mártir da fama", disse Manohla Dargis.

Na Itália, o jornal La Repubblica publicou em sua primeira página a manchete "Liz Taylor, os Olhos de Hollywood", e Paolo Mereghetti, veterano crítico de cinema do Corriere della Sera, escreveu um artigo intitulado "Adeus à mítica Liz, a última estrela de Hollywood".

Na quarta-feira a morte de Taylor provocou muitas homenagens de outros astros e estrelas, incluindo a atriz e cantora Barbra Streisand e o músico Elton John, além de políticos como o ex-presidente americano Bill Clinton e a secretária de Estado Hillary Clinton.

"Não era apenas sua beleza ou o fato de ser uma estrela, era seu humanitarismo. Ela deu um rosto ao HIV/Aids", disse Streisand, aludindo ao apoio ativo dado por Elizabeth Taylor à causa do combate à Aids ainda em meados dos anos 1980, quando a doença ainda era vista por muitos como assunto tabu.

Entidades beneficentes que combatem a Aids louvaram Taylor, a militante, que foi motivada a lutar por essa causa pela morte em 1985 de seu amigo Rock Hudson de uma doença relacionada à Aids.

Elizabeth Taylor morreu cercada por seus filhos, Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton. Ela deixa dez netos e quatro bisnetos.

(Reportagem adicional de Silvia Aloisi)