Maria Schneider, de "O Último Tango em Paris", morre aos 58 anos
PARIS (Reuters) - A atriz francesa Maria Schneider, que se tornou famosa por seu papel no filme "O Último Tango em Paris", faleceu aos 58 anos.
A família informou que ela morreu nesta quinta-feira de manhã, em Paris, depois de um longo período doente, segundo o jornal Le Figaro.
O ministro da Cultura da França, Fredéric Mitterand, definiu Schneider como "uma grande artista" e elogiou sua habilidade de transmitir ambiguidade sedutora e enigmática, quando trabalhou com diretores como Réne Clément e Bernardo Bertolucci.
"Ela continua sendo a imagem singular da mulher de hoje, um daqueles condutores vivos da liberdade da mulher, que está eternamente reconquistando uma nova geração", disse ele em um comunicado.
Filha do ator francês Daniel Gelin e de uma proprietária de livraria, Schneider tinha 19 anos quando foi escalada para atuar ao lado de Marlon Brando, de 48, em "O Último Tango em Paris", de Bertolucci.
O filme causou controvérsia na época de seu lançamento, em 1972, por causa do conteúdo sexual e Schneider depois teve de lutar contra a imagem de símbolo sexual, tendo se recusado a aparecer novamente em cenas de nudismo.
Ela interpreta uma jovem parisiense que inicia um sórdido romance com um empresário norte-americano de meia idade (Brando), no qual ele especifica que o relacionamento será baseado apenas em sexo.
"Ele era gordo e pegajoso e muito manipulador", disse ela numa entrevista em 2007. "Eu era muito jovem para entender melhor. Marlon disse depois que se sentiu manipulado, e ele era Marlon Brando. Então, pode-se imaginar como eu me senti. As pessoas achavam que eu era como a garota do filme, mas aquela não era eu."
"Eu me senti muito triste porque fui tratada como um símbolo sexual. Eu queria ser reconhecida como uma atriz e todo o escândalo do filme e o que veio depois me deixaram um pouco louca. Fiquei transtornada."
Segundo biografias online, Schneider passou por um período de dependência de drogas nos anos 70, mas deu uma virada em sua vida com a ajuda de um longo relacionamento com uma pessoa. Ela nunca disse deliberadamente se era um homem ou mulher.
Schneider começou a carreira no cinema por volta de 1969. O ator Alain Delon lhe propiciou seu primeiro papel importante em "Madly" (1970/71), dirigido por Roger Kahane.
Depois de "O Último Tango em Paris" ela foi protagonista em outro filme italiano, "O Passageiro - Profissão: Repórter", dirigido por Michelangelo Antonioni, no qual contracenou com Jack Nicholson. Schneider concordou em aparecer nua em uma longa cena, mas continuou receosa em relação aos papéis.
Sua carreira se caracterizou depois principalmente por filmes pouco expressivos, de baixo orçamento. Seu filme mais recente foi "Cliente", de 2008.
(Por Mike Collett-White e Nick Vinocur)
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