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Desenhistas em massa convertem o mundo em arte por um dia

Desenho feito durante 30ª edição do projeto SketchCrawl pela japonesa Kumi Matsukawa - Reprodução / www.sketchcrawl.com
Desenho feito durante 30ª edição do projeto SketchCrawl pela japonesa Kumi Matsukawa Imagem: Reprodução / www.sketchcrawl.com

27/01/2011 17h01

LONDRES (Reuters Life!) - Pessoas e seus lápis em vários lugares do mundo, desde a Nova Zelândia até Nova York, saem às ruas quatro vezes por ano com uma meta comum: converter o mundo em arte por um dia.

O 30 "SketchCrawl" global -- uma maratona mundial de desenho que dura um dia inteiro e acontece quatro vezes por ano -- produziu uma galeria de imagens postadas neste mês no site SketchCrawl.com.

As imagens retratam a vida em todo o mundo por meio de um dia de arte. Desde paisagens nevadas da Islândia desenhadas a lápis, até aquarelas de palmeiras no Havaí, as imagens incluem desenhos de pessoas em um café da Noruega e outro na África do Sul.

"É tão bacana ver outros cantos do mundo, lugares que talvez nunca pudéssemos ver, ser observados e captados pelo lápis de outro artista", disse à Reuters o fundador do site, Enrico Casarosa, de San Francisco, que trabalha com animação e histórias em quadrinhos

"O ato de desenhar pode renovar nossa apreciação de tudo o que nos cerca. É uma maneira maravilhosa de estar presente."

As maratonas, envolvendo pessoas de todos os níveis de habilidade artística, incentivam os participantes a prestar mais atenção ao mundo que os cerca e também fortalecem o senso de solidariedade entre pessoas que têm um interesse comum por desenhar e pintar.

Embrulhadas em cachecóis para se protegerem do frio, cerca de dez pessoas em Londres começaram sua manhã de desenho em 22 de janeiro num rinque de gelo ao ar livre na Somerset House, um centro cultural no centro da cidade.

Algumas se concentravam nos detalhes da estrutura neoclássica do prédio, enquanto outras reproduziam os patinadores com traços de lápis e canetas nas páginas de seus cadernos de desenho.

  • Reprodução / www.sketchcrawl.com

    Desenho feito por Kenny Barfield, da Indonésia, para a 30ª edição do projeto SketchCrawl

O artista de efeitos visuais americano Tom Dow comentou que gosta do clima de apoio garantido por eventos organizados.

"Quando você trabalha sozinho é um pouco difícil, você se sente um pouco isolado", ele explicou.

Forçados a abrigar-se do frio cortante, os desenhistas de Londres continuaram sua maratona dentro da National Gallery.

Enquanto isso, a milhares de quilômetros de distância, um grupo no Brasil passou o dia desenhando sob um sol "abrasador" num parque com vista para o Pão de Açúcar, no Rio.

Thais L.M. Canavezes, que se juntou ao grupo no Rio, disse que a diversidade da cidade faz com que ela seja um lugar ótimo para desenhar.

"Você vê o mar e a montanha, os hotéis e as favelas, a cidade e a natureza, o velho e o novo", disse ela. "Estamos curtindo tanto que nos esquecemos de almoçar."

A estudante de arquitetura de 21 anos disse que, desde que começou a desenhar, passou a enxergar a vida com outros olhos. "Você começa a apreciar todos os detalhes, coisas que passam despercebidas pela maioria das pessoas", disse ela.

Mais cedo no mesmo dia, antes mesmo de o sol ter nascido no Rio, Kumi Matsukawa estava indo para casa, depois de passar a manhã pintando as paisagens da cidade com o grupo de Tóquio.

Desenhista de storyboards para comerciais de TV, ela disse que desenhar a ajuda a descobrir os encantos de Tóquio.

"Talvez Tóquio não seja tão pitoresca quanto outras cidades turísticas, mas, quando você identifica algo interessante neste mundo caótico, você se vicia em desenhar."

Para informações sobre quando os eventos acontecem e como participar, vá ao site www.SketchCrawl.com. (por Rebekah Curtis)