Topo

Nadal deve dosar ritmo para prolongar carreira, diz médico

24/09/2010 20h12

MADRI (Reuters) - Rafael Nadal terá que aprender a escutar seu corpo se quiser dominar o circuito de tênis como Roger Federer, disse na sexta-feira o médico que trata os joelhos do espanhol.

O tenista de 24 anos ganhou o Aberto dos Estados Unidos e completou as conquistas em torneios Grand Slam --já havia levado o Aberto da Austrália, Roland Garros e Wimbledon--, tornando-se o sétimo homem a vencer as quatro principais competições de tênis.

No entanto, ainda está a nove títulos do recorde de 16 alcançado por Federer, e a dúvida é se seus joelhos lhe permitirão competir no mesmo nível durante tanto tempo.

"Ele tem que aprender como se cuidar para poder durar muitos anos. Já fez isso este ano", declarou o traumatologista Mikel Sánchez ao jornal esportivo espanhol Marca.

O número um do mundo recorreu ao especialista após o Aberto da Austrália do ano passado, quando sofreu dores constantes nos joelhos.

"Era incrível que pudesse seguir jogando com os joelhos da maneira que estavam", disse Sánchez.

O médico tratou Nadal com uma série injeções de plasma enriquecido para recompor seus tendões, e o tenista se ausentou do circuito durante toda a temporada de quadras de grama para descansar e se recuperar.

"Ele não vai mudar sua forma de jogar nem vai deixar de disputar partidas para não se machucar. Vai seguir o mesmo ritmo e há um risco de que seus tendões voltem a se degenerar", disse o médico.

"No caso de Nadal, ele submete seus tendões a um estresse violento porque treina muito...muitas horas, muitas partidas e sempre nos 100 por cento", completou.

Sánchez teve que convencer Nadal a não disputar o torneio de Barcelona neste ano para continuar sua recuperação, e disse que esse é o tipo de decisão que o número um terá que tomar no futuro.

"Ele tem que saber que quanto mais velho ele fica, tem que estabelecer algum tipo de equilíbrio. Não pode tentar ganhar todos os torneios que disputar nos próximos 10 anos", concluiu o médico.

(Por Mark Elkington)