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"Lula, o Filho do Brasil" tem a cara do Oscar, diz produtora

23/09/2010 19h31

SÃO PAULO (Reuters) - A escolha de "Lula, o Filho do Brasil" como o filme do país para concorrer à indicação ao Oscar foi a mais adequada para o Brasil tentar levar sua primeira estatueta, disse a produtora da obra, Paula Barreto, nesta quinta-feira.

Paula afirmou ter viajado a vários países para divulgar o filme e que nos Estados Unidos especialistas lhe disseram que ele é "a cara do Oscar", o que ela concorda.

"Três pessoas integrantes do comitê que vota para filme estrangeiro falaram para mim que tem grandes chances (de o filme vencer)", afirmou a produtora em entrevista à Reuters.

O filme, segundo ela, é "ao gosto do freguês", ou seja, cairia no gosto da Academia, por mostrar uma história de superação.

"O filme foi muito bem recebido no exterior. Fora do Brasil ele é recebido apenas como um filme. Um bom filme. As pessoas ficam emocionadas", afirmou Paula, irmã do diretor da produção, Fábio Barreto.

"Lula, o Filho do Brasil" foi indicado na quinta-feira pelo Ministério da Cultura para representar o país no Oscar 2011. Ele concorrerá com produções de mais de 95 países por uma das cinco vagas na disputa de Melhor Filme em Língua Estrangeira.

A opção pelo filme que conta a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se deu de maneira unânime por uma comissão de seleção formada por nove integrantes do Ministério da Cultura, da Secretaria do Audiovisual, da Agência Nacional de Cinema do Brasil e da Academia Brasileira de Cinema. Concorriam à indicação 23 filmes.

"A escolha não pode ter sido política porque foi feita por pessoas idôneas. Não se trata da escolha do melhor filme, e sim do mais adequado para esse objetivo (Oscar)", disse a produtora, acrescentando que o filme foi feito em oito semanas com um orçamento de 6 milhões de dólares.

Fábio Barreto, que sofreu um grave acidente de carro no Rio de Janeiro em dezembro, não presenciou o lançamento do filme, em 1o de janeiro, e segue em coma, em casa. Paula contou que o pai deles, o produtor Luiz Carlos Barreto, correu para dar a notícia ao filho.

"Foi uma emoção ouvir meu pai chorando. Ele foi contar para o Fábio...ele reage, mexe com a boca, certamente ele está escutando, mas não consegue interagir. Tomara que isso o anime", disse Paula.

(Por Tatiana Ramil)