Fim do vazamento de óleo no Golfo alegra chefs de cozinha
Por Richard Leong
NOVA YORK, 17 de agosto (Reuters Life!) - Os chefs de cozinha dos EUA deram um suspiro coletivo de alívio quando a BP pôs fim um mês atrás ao enorme vazamento de petróleo na costa norte-americana do Golfo do México, rico em frutos-do-mar, mas nos próximos meses ainda vão enfrentar restrições no fornecimento e preços altos.
Os preços de quase todos os peixes começaram a cair. Em alguns casos, caíram até 50 por cento em relação ao pico, ocorrido pouco após o início do vazamento, quase quatro meses atrás.
O início da temporada do camarão branco no estado da Louisiana esta semana deve garantir um suprimento muito necessário aos restaurantes que servem caldeiradas de mariscos e outros pratos à base de frutos-do-mar, segundo alguns chefs.
"As coisas estão melhorando um pouco a cada dia", disse John Currence, proprietário de quatro restaurantes em Oxford, Mississippi.
Os custos dos frutos-do-mar estão diminuindo gradualmente, mas ainda estão muito acima da média sazonal, à medida que a demanda por artigos valorizados, como ostras do Golfo, vem superando a oferta.
O Golfo do México produz cerca de 70 por cento dos camarões e ostras pescados nos Estados Unidos.
"Ainda estamos tendo dificuldade em manter o fornecimento de ostras", disse John Besh, dono de seis restaurantes em Nova Orleans.
A procura por bolinhos de caranguejo e sanduíches de ostra não vem caindo, apesar de alguns fregueses questionarem a segurança e origem dos produtos.
Num esforço para reduzir os receios dos consumidores, a Casa Branca e o setor pesqueiro lançaram uma campanha com a mensagem de que os frutos-do-mar da região são seguros para o consumo.
Em vista do fechamento atual de grandes áreas pesqueiras, os restaurantes não puderam mais absorver a alta dos custos, o que os levou a elevar os preços de alguns de seus pratos de frutos-do-mar. Alguns chegaram a tirar esses pratos de seus cardápios.
Os preços das ostras do Golfo estão mais baixos agora que o pico de alguns meses atrás, mas podem voltar a subir, porque ainda não se sabe se o vazamento de óleo prejudicou as áreas pantanosas em que as ostras se reproduzem.
"Fomos abençoados pelo fato de isto (o vazamento) não ter penetrado mais fundo nas regiões pantaneiras. Mas ainda não sabemos quais serão as consequências de longo prazo", disse Besh.
Enquanto isso, os chefs procuram conservar-se otimistas.
"Tudo o que podemos fazer é viver de um dia para outro e torcer para que tudo acabe", disse Currence.
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