Exposição em Londres trata da pele como a fronteira do corpo
Por Isabel Coles
LONDRES, 13 de agosto (Reuters Life!) - "Algumas das imagens desta exposição podem ser perturbadoras", diz uma placa na entrada da mostra mais recente da Wellcome Collection: "Skin" (Pele).
A exposição analisa as atitudes em relação à pele, o maior órgão do corpo humano, desde o século 15, a partir de perspectivas científica, artística e histórica.
Ela se divide em quatro partes: objetos, marcas, impressões e a vida após a morte. Há também um Laboratório da Pele, que analisa avanços recentes na ciência dermatológica.
Uma foto em preto e branco de um paciente em um hospital de Paris saúda o visitante na entrada. Uma cicatriz gigantesca percorre as costas do paciente.
Uma das curadoras da exposição, Lucy Shanahan, disse à Reuters: "Esta foto resume muitos dos temas da exposição, começando pela exploração da pele como fronteira física e metafórica entre o exterior e o interior do corpo."
Para os primeiros anatomistas, a pele era superficial. Nos diagramas anatômicos do século 16, as figuras eram desenhadas sem pele, ou participando da remoção da própria pele, como se estivessem tirando a roupa.
"Marcas", a segunda seção da exposição, trata da ideia da pele como documento das experiências da pessoa.
Em "Legados Médicos," a artista Tamsin Van Essen recria a textura de vários problemas dermatológicos -- psoríase, os efeitos de sífilis e acne -- sobre vidros de boticários dos séculos 17 e 18.
"Curando Ferimentos", um vídeo educacional feito para estudantes de medicina dos anos 1960, "não é para os fracos de espírito", diz Shanahan. "Na verdade, várias pessoas já desmaiaram quando o viram."
O filme mostra camadas de pele sendo raspadas da coxa de um paciente para serem enxertadas sobre um ferimento.
Ao lado de uma seção dedicada à arte da tatuagem dos índios maori estão expostos pedaços de pele humana tatuada do século 19.
Também o envelhecimento é mostrado em fotos e obras de arte.
Dois filmes em close são exibidos, um sobre transpiração e outro de espinhas sendo apertadas. Com um grau de ampliação tão alto, o tema das imagens não fica claro de imediato.
"É como olhar uma paisagem lunar estranha com seres minúsculos saindo por túneis", disse Shanahan.
A mostra também inclui um tratado sobre a virgindade, um livrinho encadernado em pele humana. "O livro é encadernado em um pedaço de pele feminina, curtido por mim com sumagre", diz uma inscrição na parte inteira da capa.
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